Em uma entrevista concedida ao Portal BR 104, na semana passada, durante um evento no interior do Estado, o governador Renan Filho (MDB) voltou a falar da possibilidade de renunciar ao cargo de chefe do Executivo estadual para concorrer ao Senado Federal nesse ano de 2022. 

Porém, conforme o próprio Renan Filho, a decisão final só será anunciada em dois ou três meses.

Nos bastidores, a “bolsa de apostas” sobre qual será a posição do governador Renan Filho se encontra mantida. 

Nessa entrevista, entretanto, o emedebista não escondeu que acredita ser possível disputar a cadeira de senador e conseguir aglutinar um grupo que entre na disputa defendendo o legado do seu governo.

Renan Filho diz que está conversando com o MDB sobre a decisão futura. Bem, se for o partido do ponto de vista do âmbito local, as decisões do MDB se resumem ao “calheirismo”: o próprio governador e o pai, o senador Renan Calheiros (MDB). 

Logo, a definição se dará muito mais em função do leque de alianças e do nome a disputar o Palácio República dos Palmares do que discussões internas entre emedebistas. “Ouvir o partido”, como coloca Renan Filho em entrevista, é apenas um fazer parecer que há debates nesta esfera. O MDB é ele e ponto final!

Na entrevista, Renan Filho prossegue afirmando que dialoga com “os partidos que compõem” o leque de alianças do governo “para que se possa tomar uma decisão ao longo dos próximos meses, dois meses, três meses”. 

“Eu compreendo que disputar o Senado e construir um projeto para Alagoas que dê sequência a esse trabalho (o que Renan Filho vem fazendo no Executivo) é um caminho possível. Mas eu não tomarei essa decisão sozinho e não tomei ainda”, complementa.

Ou seja: nas entrelinhas, Renan Filho deixa claro que pretende construir as condições para disputar o Senado Federal, uma vez que enxerga ser possível a candidatura e um bloco de situação para lhe dá apoio. Quem seria o nome à cabeça desse bloco? O deputado estadual Paulo Dantas (MDB)? O governador não adianta. 

Indagado sobre ter um candidato ao governo, Renan Filho diz que ainda não tem “nome”. Ele avalia apenas a possibilidade da eleição para o “governador tampão”, feita de forma indireta pela Casa de Tavares Bastos. 

“Se eu renunciar, a Assembleia Legislativa fará uma eleição. Eu vou conversar com eles (com os deputados). “Vou conversar com todos eles, porque é importante sobretudo que a gente construa um caminho que permita Alagoas continuar fazendo investimentos em toda as áreas, melhorando a vida das pessoas. É isso que eu estou trabalhando para construir, mas com humildade e ouvindo a todos”, expõe o governador.

Ora, até as pedras sabem que, em Alagoas, em uma eleição de governador tampão, quem define o próximo chefe do Executivo é o presidente da Casa de Tavares Bastos, Marcelo Victor. O nome consolidado, no atual quadro, é o do deputado estadual Paulo Dantas (MDB), que pode assumir o cargo – em caso de renúncia de Renan Filho – pelo União Brasil.

No mais, pode haver acordo para a eleição do “vice-tampão” ou de um nome transitório, desde que a eleição seja disputada por Paulo Dantas. Renan Filho, caso renuncie, pode conversar com todos os deputados, mas sua posição será muito mais a de aceitar o que vem do parlamento do que a de ser protagonista nesse processo.