Após a Advogacia-Geral da União (AGU) enviar uma petição ao Supremo Tribunal Federal (STF) apontando que 305 crianças e adolescentes foram possivelmente vacinados contra a Covid-19 de forma equivocada em Alagoas, e outros estados do Brasil, o secretário de Estado da Saúde, Alexandre Ayres, afirmou que o número provavelmente está ligado a erros no abastecimento do sistema de vacinação e que o caso já está sendo apurado.
Em entrevista a TV Pajuçara, nesta quarta-feira (19), Ayres demonstrou surpresa com os dados divulgados pela Rede Nacional de Dados da Saúde e afirmou que s Secretária do Estado da Saúde (Sesau) já está levantando as passibilidades de que o número apontado pela AGU tenha ocorrido devido a uma inconsistência no sistema.
“Está claro, inequívoco, que há erro de alimentação do sistema. Há erro de registro, há erro humano, no registro. Nós temos outras suspeitas, que não podem ainda ser confirmadas, mas os nossos técnicos, ao abrirem alguns dados de algumas crianças alagoanas, identificaram registros ao mesmo tempo de crianças que teriam sido, supostamente, vacinadas no interior de Alagoas, no interior de São Paulo e no interior do Rio Grande do Sul. A mesma criança, um recém nascido”, relatou Ayres.
O secretário estadual de Saúde disse ainda que o que o Estado garante é que a orientação para os municípios é para que eles façam a execução da vacinação dentro do cronograma pré-estabelecido. “Ninguém recebeu autorização para vacinar criança fora do tempo", ressaltou.
Alexandre Ayres também postou uma sequência de stories falando sobre o caso em suas redes sociais e disse que os dados e informações serão apurados.
“Nós iremos apurar todas as informações, para de maneira transparente apresentar a sociedade”, completou o secretário.
Segundo a petição da AGU, enviada ao Supremo, 305 crianças e adolescentes alagoanos teriam sido vacinados com imunizantes não autorizados pela Agência Nacional de Saúde (Anvisa) para as faixas etárias correspondentes. Segundo o documento, 79 pessoas do estado tomaram vacina da AstraZeneca, seis delas com idades de 0 a 4 anos, 10 com idades de 5 a 11 anos e 63 com idades de 12 a 17 anos.
Ainda conforme o documento, outras 143 pessoas teriam tomado as doses da vacina Coronavac, sendo uma com idade de 0 a 4 anos, 16 com idade de 5 a 11 anos e 126 com idade de 12 a 17 anos. Um adolescente com idade entre 12 e 17 anos teria recebido a dose da Janssen. Além disso, 82 crianças teriam sido vacinadas com a dosagem adulta da vacina da Pfizer, sendo 4 com idade de 0 a 4 anos e 78 com idade de 5 a 11 anos.
O ministro do STF, Ricardo Lewandowski, determinou que os estados e o Distrito Federal se manifestem em até 48 horas sobre as supostas irregularidades apontadas pela União em relação à aplicação de vacinas contra Covid-19 em crianças.