Em 2021, de acordo com dados da FipeZap, os imóveis em Maceió apresentaram a segunda maior alta do Brasil entre as capitais. Segundo o levantamento da empresa de consultoria que monitora os preços dos imóveis, Maceió apresentou um índice de 8,5%, ficamos atrás somente de Vitória, no Espírito Santo, que teve 19,86%.
Para a pesquisa foram analisados os anúncios de venda de 4.942, entre novos e usados, dando um preço médio do metro quadrado de R$ 6.271. Esse valor ainda pode sofrer diferenciação de acordo com o bairro em que esse imóvel é adquirido. Na parte baixa, por exemplo, o preço do metro quadrado sai por média de R$ 7.928. Já na parte alta, o metro quadrado é mais barato, R$ 3.750.
O economista e consultor Lucas Sorgato explica que vários fatores influenciaram no preço do imóvel em Maceió, como o preço dos produtos de material de construção civil. “Muitos imóveis em fase de acabamento tiveram seus preços majorados por alguns itens que compõem a construção civil. O aumento do preço desse itens que estavam término afetam todo o mercado, porque aqueles que já estavam prontos se valorizam”, disse ele
Já os corretores de imóveis Carla Trancoso e Jhonni Jorge elencam que alguns fatores, principalmente o turismo, também influenciam nessa elevação do preço do metro quadrado, o que acaba também aquecendo outras áreas do mercado com os setores agregados, como lojas de móveis planejados, material de construção e outros estabelecimentos.

O que ocorreu nos quatro bairros da cidade, afetados com o afundamento do solo, afeta diretamente o preço de imóvel na cidade também. Segundo Lucas, houve uma migração de pessoas de forma muito rápida e tanto a construção civil, quanto a cidade não estavam aptas a suportar nesse momento.
E o que ocorreu foi totalmente ao contrário: houve mais procura do que oferta, o que acabou valorizando também os valores dos imóveis, apesar da tragédia acometida naquelas comunidades. Isso é explicado pelos corretores: segundo eles, a saída dos moradores impulsionou a demanda e a oferta não suportou, de início, o volume de clientes, que buscavam uma casa nova.
Recursos com os bancos
Com o preço do imóvel alto, o sonho da casa própria pode ficar um pouco mais distante, se for feita a relação entre a renda do maceioense e os valores ofertados no mercado. Mas o economista explica que o alagoano consegue driblar essa situação com o acesso à linha de créditos nos bancos.

“Geralmente a casa própria é feita por financiamento. Evidentemente que Alagoas não te uma renda suportar imóveis que fiquem tão caros ou num padrão elevado para todo mundo. Então temos nichos e isso reduz o custo de vida", colocou Sorgato.