Pesquisa mostra possível embate entre JHC e Rodrigo Cunha; prefeito se diz “alinhado” com senador tucano

09/12/2021 11:49 - Blog do Vilar
Por Lula Vilar
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A recente pesquisa eleitoral realizada pelo Instituto Falpe, que ouviu 1.200 pessoas nos primeiros dias deste mês, mostra, como divulgou o CadaMinuto, uma ampla vantagem do prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, o JHC (PSB), na disputa pelo governo do Estado de Alagoas.

Não é segredo, como mostram até mesmo as pesquisas anteriores, que o primeiro ano de gestão de JHC tem sido bem avaliado, com índices de aprovação que, em média, superam os 50%. Em algumas pesquisas de opinião pública, esse número ficou acima dos 60%.

Que isso se traduza na corrida eleitoral quando o nome do prefeito é colocado como um dos possíveis candidatos do pleito, é natural.

É mais natural ainda diante do fato da avaliação ter sido feita apenas na capital alagoana.

Essa situação confortável do prefeito se manteria quando se amplia a pesquisa para todo o Estado? Caso queira ser candidato, eis uma pergunta que o próprio João Henrique Caldas deve fazer: a diferença que hoje se verifica em Maceió, em relação ao segundo colocado, seria o suficiente para suplantar possíveis perdas de densidade eleitoral no interior do Estado caso as eleições fossem hoje?

Como ninguém é candidato de si mesmo, ninguém é candidato sem fazer inúmeras perguntas que consolidem respostas que mostrem a viabilidade do nome escolhido para o grupo ao qual faz parte. E no grupo político de JHC há dois possíveis candidatos: além do próprio prefeito, o senador Rodrigo Cunha.

Os dois serem candidatos ao mesmo tempo – como avalia o cenário montado pelo Instituto Falpe – é, por um lado, apostar em um rompimento entre PSB e PSDB; ou, por outro lado, querer fomentar um teste (geralmente feito por grupos políticos para o consumo interno) de viabilidade para que os aliados se definam sobre quem realmente apoiar ou não.

Então, JHC pode ser candidato? Claro que pode. Porém, para isso tem que renunciar a uma gestão que assumiu recentemente, ainda em seu primeiro mandato. É um complicador.

Todavia, os números postos fazem com que JHC não deixe de ser uma peça definidora do xadrez político. Se hoje, o prefeito tem um grupo político que inclui o PSDB do senador Rodrigo Cunha, que – por sua vez – é pré-candidato ao governo do Estado pelo “ninho tucano”, o amanhã se torna incerto...

Então, uma candidatura de JHC seria, necessariamente, um rompimento com o senador tucano? Ao que tudo indica, se o prefeito optar por esse caminho, há a possibilidade de que isso ocorra e Rodrigo Cunha mantenha uma candidatura independe ou não do apoio do chefe do Executivo municipal. Esse é o cenário no qual o Falpe aposta, mas não é o único possível, nem – ao meu ver – mais provável.

 

Os números

Os números do Falpe colocam JHC com 46,5%. O segundo colocado é Rodrigo Cunha com 12,25%.

É muito cedo para que tenhamos um cenário consolidado.

Ao se ler os dados apresentados pelo Falpe é natural que se indague o seguinte: e se JHC não for candidato e Rodrigo Cunha mantiver a sua candidatura? Como ficaria o cenário? A tendência é que o senador tucano passe a liderar e o percentual de votos de JHC seja distribuído entre os demais candidatos, inclusive parte dessas intenções indo para o item “não votaria em ninguém”.

Ou seja: mostraria claramente que uma candidatura de JHC atrapalha um projeto que vem sendo construído pelo seu principal aliado hoje, o senador Rodrigo Cunha. É diferente de mostrar uma inviabilidade de Rodrigo Cunha, o que justificaria a substituição do nome de um pelo outro na tentativa de manter o grupo político numa disputa de poder. Cunha não é um nome inviável.

Afinal, é essa candidatura é algo que vem sendo construído há anos, desde que Rodrigo Cunha se elegeu senador com o apoio de JHC e devolveu o apoio na candidatura de JHC à Prefeitura de Maceió.

Em recente entrevista a este blog, JHC não quis entrar em detalhes sobre candidatura ou eleição, mas frisou a importância da parceria com Rodrigo Cunha, negou possíveis atritos e frisou que a relação política entre os dois permanece “incólume”.

 


Cenários

Outro cenário que poderia ser medido pelo Falpe é a possibilidade de Cunha e JHC firmarem acordo (algo bem remoto) em função da candidatura do prefeito ao governo. Então, teríamos JHC candidato com Rodrigo Cunha fora da disputa, sendo então contemplado no grupo político de outra forma. Quem passaria a ser o segundo colocado?

Lembrando que a desistência de uma candidatura de Rodrigo Cunha só se daria, a meu ver, na possibilidade do senador constatar uma completa inviabilização de seu nome. Não é o caso hoje, pois ele segue com capilaridade para a disputa.

Em todo caso, caro (a) leitor (a), o que digo aqui é que o cenário de primeiro turno montado pela pesquisa Falpe, em Maceió, faz uma fotografia de momento apostando em uma única possibilidade. No entanto, são inúmeros cenários possíveis. Ler o os números apresentados nos leva a perguntar sobre os demais. Mas, o que está ali – em relação a Maceió – é obviamente o recorte correto, os números apontam para a realidade do momento.

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