“É uma vergonha usar a dor do povo para fazer ‘politicagem’”, lamenta presidente da Associação dos Moradores do Pontal

04/12/2021 14:24 - Maceió
Por Gabriela Flores
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O ato realizado nesta sexta-feira, dia 03, na Avenida Assis Chateaubriand, na frente da Braskem em prol dos moradores dos bairros atingidos pelo afundamento do solo provocado pela ação da mineradora e organizado por lideranças religiosas provou transtornos na comunidade do Pontal da Barra.

Em entrevista ao CadaMinuto, a presidente da Associação dos Moradores do Pontal da Barra, Lígia Lins reforçou que todos no Pontal são solidários ao sofrimento dos moradores do Pinheiro e de Bebedouro. “Mas o que fizeram ontem é inconcebível. Não se luta por direitos impedindo o direito do outro”.

O fechamento das vias de acesso ao bairro provocou transtornos a moradores, artesãos, restaurantes e a todos os que residem e tem comércio na região. Lígia foi até a frente da Braskem e observou que o que viu não eram moradores dos bairros atingidos pelo afundamento do solo e sim pessoas com bandeiras do MST, e de outros partidos de esquerda. “Não foi um movimento dos moradores. O que vi foi muito samba, o povo dançando na rua enrolado na bandeira do MST”.

O fechamento da via de acesso ao bairro prejudicou cerca de 600 famílias que lutam diariamente aguardando os turistas. Na área existem 198 artesãos lojistas, onde cada loja tem duas pessoas e ainda o pessoal que vende coco, tapioca, milho, cocada e mais outros doces e salgados, explicou Lígia reclamando que ontem ficaram apenas na expectativa das vendas, porque “na verdade foi um grande transtorno”.

A presidente da associação destacou ainda que sabe do sofrimento de todos os moradores dos bairros atingidos pela Braskem e as histórias de vida das famílias que se viram obrigadas a deixar seus lares, suas memórias e seus trabalhos. No entanto acredita que “não é prejudicando outra comunidade que vai resolver a questão. Espero que tudo se resolva da melhor forma para os moradores e que eles não permitam que usem sua dor para fazerem politicagem”, concluiu Lígia Lins.

A Braskem, responsável pelo colapso do solo nos bairros de Pinheiro, Mutange, Bebedouro, Bom Parto e Farol provocou a desocupação de mais de 14 mil imóveis. Alguns moradores ainda aguardam a inclusão de suas moradias ou estabelecimentos comerciais no Mapa Risco e outros que já saíram do bairro esperam as indenizações dos imóveis.

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