Na noite desta terça-feira (02), o aplicativo Ifood foi invadido por supostos grupos bolsonaristas. A lista de restaurantes apresentou nomes trocados para “Lula Ladrão”, “Vacina Mata”, “Petista comunista”, “Bolsonaro 22”, entre outras mensagens com ataques a políticos e discurso antivacina. Ao Cada Minuto, a advogada trabalhista especialista em Lei Geral de Proteção de Dados, Jéssica Delmoni, explica que é improvável que aconteça vazamento de dados dos usuários do aplicativo.
A assessoria do aplicativo afirmou em nota que “aproximadamente 6% dos estabelecimentos foram afetados” e que não existe “qualquer indício de vazamento da base de dados pessoais cadastrados na plataforma”.
De acordo com Jéssica, se tratando no contexto do Ifood, os dados dos cartões ficam armazenados em outro tipo de software. "Nesse caso, o colaborador e outras pessoas não têm acesso, então se tratando desse caso específico, o vazamento de dados seria improvável de acontecer”, explica.
Delmoni pondera que, dependendo de onde os dados estão armazenados, pode ocorrer vazamento em qualquer tipo de aplicativo. “Tudo vai depender de onde os dados estão armazenados, em qual software, quem tem acesso a esses dados. Qualquer aplicativo está vulnerável a ter um vazamento de dados em um caso de invasão”
Ela reforça que em uma situação de invasão ou instabilidade de aplicativo, é recomendável a remoção imediata de todos os dados do usuário até que a plataforma vá a público informar que as funcionalidades do aplicativo foram reguladas.
Para a advogada, sempre há risco de vazamento e clonagens em qualquer aplicativo que seja necessário informar os dados pessoais e bancários. No caso do Ifood, ela explica que a invasão provavelmente não aconteceria se a plataforma tivesse uma boa medida de limitação de uso de acesso e de sistemas. “Cabe às empresas, as plataformas donas dos aplicativos, tomarem as medidas necessárias para prevenir qualquer tipo de tratamento indevido dos dados”, conclui.
*Estagiária sob a supervisão da editoria