O secretário de governo do Executivo de Maceió, Francisco Salles, publicou um vídeo – em suas redes sociais – em que conclama a população da capital alagoana para participar de um ato contra a empresa Braskem em Maceió, por conta do afundamento dos bairros que foram atingidos pela mineração.

O fato é, até então, inusitado. Afinal, Francisco Salles é o secretário de governo e a Prefeitura de Maceió tem buscado uma linha de diálogo com a empresa, que envolve inclusive indenizações por conta dos equipamentos públicos e os prejuízos no município. A ação de Salles terá impacto nessas interlocuções entre o Executivo e a Braskem? Difícil saber a resposta.

É fato que, em seu primeiro mandato de vereador, Salles elencou a questão dos bairros como uma de suas pautas. Todavia, agora, na função que ocupa no Executivo, o secretário – independente do mérito – acaba sendo o “rosto” da Prefeitura de Maceió nessa discussão. A posição do secretário pode ser mal interpretada no Executivo.

“Meu primeiro compromisso no dia de hoje é aqui na porta da Brakem: essa empresa criminosa que destruiu a vida de meio mundo de gente. Eu não sei, sinceramente, quantas pessoas vão deixar esse mundo sem sequer receber as indenizações. Eu não sei quantas pessoas vão adoecer para depois de doente receber essa maldita indenização. Sinceramente, eu não sei o que direi amanhã, aos meus filhos e meus netos, que nasci em um lugar, que é o caso de Bebedouro, que hoje não existe mais”, fala Salles, na porta da empresa.

Salles – após a fala – fez um convite à população para que fosse feito um acampamento na porta da Braskem para que a empresa diga o prazo em que fará o pagamento das indenizações. “É muito difícil lutar tanto e a Justiça não ser feita. Eu sempre fui independente. Custe o que custar eu não vou deixar essa empresa cometer injustiças na vida de tanta gente”, finalizou o secretário de governo de JHC.