Alagoas é um dos estados dos nove estados do país que apresentam sinal forte de crescimento, a longo prazo, de registros e óbitos por Síndrome Respiratória Grave (SRAG) nas próximas semanas. É o que aponta o Boletim InfoGripe, da Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz), divulgado nesta quarta-feira (20).
De acordo com o boletim, o estado apresenta 95% de probabilidade de crescimento. O levantamento levou em consideração os registros das últimas seis semanas em Alagoas. Também apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo os estados do Amapá, Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe e Tocantins.
Já em relação as capitais dos estados, dez das 27 apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo, ou seja, nas últimas seis semanas, até a semana 41: Maceió (AL), Aracaju (SE), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), Macapá (AP), Natal (RN), Palmas (TO), Porto Alegre (RS), Salvador (BA) e Teresina (PI). No entanto, assim como destacado para os estados, a análise da evolução temporal por faixa etária segure tratar-se apenas de crescimento leve compatível com oscilação ao redor de patamar estável, com exceção de Aracaju e Natal que apresentam sinal mais sugestivo de crescimento em crianças de 0-9 anos, além dos idosos entre 60-69 anos em Natal.
No âmbito nacional, em relação aos novos casos de SRAG por faixa etária, o documento verificou cenário de estabilidade, com pequenas oscilações, em todas as faixas analisadas. Para o grupo entre 0-9 anos de idade, no entanto, a estabilização se dá em valores entre 1 mil a 1.200 casos semanais, valores próximos ao que se registrou no pico de julho de 2020 (1.282 casos na Semana Epidemiológica 29). Nas demais faixas etárias, o patamar atual representa os menores valores desde o início da epidemia no Brasil. Entre os casos positivos de SRAG ao longo de 2021, 0,1% foram positivos para Influenza A; 0,1% para Influenza B; 0,3% para Vírus Sincicial Respiratório (VSR); e 98,1% para Sars-CoV-2 (Covid-19).
A presença de VSR é marcante entre crianças entre 0-9 anos ao longo deste ano, sendo superior aos casos positivos para Sars-CoV-2 nessa faixa etária, principalmente por conta dos estados do Centro-Sul do país. Entre adultos acima de 19 anos, o predomínio do vírus associado à Covid-19 ainda é extremamente elevado em todos os estados.
Para o coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, com o avanço da cobertura vacinal de primeira e segunda dose entre adultos e jovens adultos, é fundamental acompanhar a evolução de casos entre a população de crianças, adolescentes e idosos a fim de acompanhar a tendência do nível de transmissão comunitária.
O estudo, que tem como base os dados inseridos no Sistema de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até o dia 18 de outubro, é referente à Semana Epidemiológica (SE) 41, período de 10 de setembro a 16 de outubro. Em nível nacional, o cenário atual aponta para indícios de estabilidade na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) e de crescimento leve na tendência curto prazo (últimas três semanas).
“Por se tratar de crescimento leve, é ainda compatível com cenário de estabilidade, porém aponta necessidade de cautela e acompanhamento adequado do impacto das medidas de flexibilização em decorrência da interrupção na tendência de queda”, destacou Gomes.
Leia a integra do Boletim InfoGripe
*com informações Fiocruz