O relator da CPI da Covid e senador por Alagoas, Renan Calheiros, afirmou em entrevista à imprensa, nesta sexta-feira (1), que recomendará a responsabilização do presidente Jair Bolsoanaro pelas mortes na pandemia do coronavírus.

Renan disse que o Brasil “pagou o preço” de ações e possíveis omissões do governo federal no enfrentamento ao novo coronavírus “em vidas”. Além do presidente, o relator da CPI disse também que agentes públicos e privados serão responsabilizados.

“Vamos, sim, responsabilizar os agentes públicos e agentes privados. Todos aqueles que, de uma forma ou de outra, cometeram crimes, não é? E, por isso, precisam pagar exemplarmente. Então, a comissão parlamentar de inquérito, ela vai indiciá-los em crimes comuns, são vários os tipos de crimes comuns, ela vai indiciá-los em crime de responsabilidade, ela vai indiciá-los também em crime contra a saúde pública”, afirmou o senador.

Renan disse que evita elevar o próprio Bolsonaro à condição de investigado, mas considera, contudo, que o presidente da República deva ser responsabilizado “pelas digitais, pela participação, pela omissão, pela forma como deixou de comprar na hora certa as vacinas, pelo crime que significou ele não responder às ofertas da Pfizer, do Butantan, da OMS”.

“Ficou comprovado na CPI que o Brasil poderia ter sido um dos primeiros países a vacinar no mundo. Enquanto ele recusa isso, liga para o primeiro-ministro da Índia e manda uma mensagem no outro dia pedindo para comprar 20 milhões de doses da Covaxin, que é um lixo do ponto de vista vacinal”, declarou Calheiros.

O senador afirmou que a CPI tem atualmente uma lista de 34 investigados, mas que evita elevar outros suspeitos a essa condição para não colaborar com a concessão de pedidos de habeas corpus pelo STF (Supremo Tribunal Federal) que eximem convocados da obrigação de responder a questionamentos de integrantes da comissão e, até, de comparecer ao colegiado.