Aurélio Viana, um autêntico socialista.

06/09/2021 12:01 - Marcelo Bastos
Por redação
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   A trajetória política de Aurélio Viana de Cunha Lima iniciou-se em 1947, quando foi eleito pela UDN deputado constituinte à Assembleia Legislativa de Alagoas com 1.147 votos, ficando em 8° lugar dentre as trinta e cinco vagas em disputa.

   Aurélio Viana, nas eleições de 1950 foi reeleito deputado estadual pela UDN com 1.011 votos, ficando em 29° lugar dentre as trinta e cinco vagas em disputa. Em 1952, comandou a organização do PSB de Alagoas, filiando-se à legenda socialista.

   Nas eleições de 1954, Aurélio Viana alçoou voos mais altos e foi eleito deputado federal pelo PSB com 7.069 votos, ficando em 7° lugar dentre as nove vagas em disputa. Nessa legislatura foi o quarto-secretário da Câmara Federal e foi escolhido vice-presidente nacional do PSB.

   Aurélio Viana, nas eleições de 1958 foi reeleito pelo PSB deputado federal com 9.115 votos, ficando em 2° lugar dentre as nove vagas em disputa. Nessa legislatura foi líder do PSB na Câmara Federal. No exercício de seu mandato elaborou um projeto de lei sobre direito de greve que alcançou grande repercussão nacional. Quando Jânio Quadros, renunciou ao cargo de presidente da República em 25 de agosto de 1961 e as forças armadas, divulgaram um manifesto à nação vetando a posse do vice-presidente João Goulart por razões de segurança nacional, Aurélio Viana, foi implacável em um discurso na sessão de 26 de agosto na Câmara Federal, declarando: " A mim não me interessa, particularmente, a pessoa do vice-presidente, o seu nome, que poderia ser qualquer um brasileiro. A mim me interessa que esse homem foi eleito, todos sabiam, militares e civis, para exercer a presidência do Senado e substituir o presidente da República nos seus impedimentos."

   Nas eleições de 1962, após campanha marcada pela intensa radicalização e pelo alto nível de politização do eleitorado, Aurélio Viana elegeu-se senador pelo Estado da Guanabara pela coligação (PSB/PTB) com 509.979 votos (30,71%), ficando em primeiro lugar dentre as duas vagas em disputa. Sua campanha foi feita em conjunto com Leonel Brizola, que foi candidato a deputado federal pelo Estado da Guanabara pela legenda do PTB. Aurélio Viana, nessa legislatura foi líder do PSB no Senado Federal, como também foi escolhido vice-líder do bloco das pequenas agremiações partidárias. Foi relator do Projeto de Lei que deu origem ao Estatuto da Terra, designação dada à lei n° 4.504, de 30 de novembro de 1964.

   Aurélio Viana, nas eleições de 1965 concorreu ao Governo do Estado da Guanabara, obtendo 25.841 votos (2,34%), ficando em 4° lugar na disputa. O principal fator que prejudicou por demais a campanha de Aurélio Viana nesse pleito, foi a divisão partidária dos membros do PSB.

   Com extinção dos partidos políticos pelo Ato Institucional n° 27 de outubro de 1965 e a posterior instauração do bipartidarismo, filiou-se ao MDB, partido de oposição ao regime militar instalado no Brasil em 1964. Aurélio Viana foi líder do MDB no Senado Federal em 1968, ano marcado por manifestações de oposição ao Regime militar, tendo à frente o Movimento Estudantil. Aurélio Viana, destacou-se nos ataques à repressão policial e na defesa dos direitos dos estudantes. Em 1970, foi impedido de candidatar-se à reeleição ao Senado pelo Estado da Guanabara, pois o Tribunal Superior Eleitoral indeferiu seu pedido para concorrer com o título de eleitor em Alagoas, como vinha fazendo.

   Nas eleições de 1970, Aurélio Viana, como foi impedido de disputar ao cargo de senador pelo Estado da Guanabara, concorreu naquele pleito pelo Estado de Alagoas, ficando em 3° lugar dentre as duas vagas em disputa com 63.916 votos (20,21%). Os dois vitoriosos foram Arnon de Melo com 100.635 votos (31,82%) e Luiz Cavalcante com 99.566 votos (31,49%).

   Após as eleições de 1970, Aurélio Viana não voltou a concorrer a cargos eletivos, faleceu em Brasília no dia 21 de março de 2003.

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