Vereadores, deputados estaduais e federais do Estado de Alagoas estão na expectativa com relação ao consenso dos senadores alagoanos em torno da aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prevê a volta das coligações partidárias, texto que semana passada já foi aprovado pela Câmara dos Deputados com 347 votos a favor e 135 contra.

A PEC garante uma sobrevida aos partidos pequenos que, sem acesso a recursos do fundo partidário em função da cláusula de desempenho, poderão perder representação no Congresso a partir das próximas eleições.

Em contato com alguns vereadores da capital, Maceió, a nossa equipe de reportagem apurou que o sentimento entre eles é unânime. “A pauta não é do Senado, mas suas consequências atingem diretamente os deputados federais, estaduais e vereadores. O senador que virar as costas para o Legislativo poderá pagar um preço alto nas eleições de 2022”, frisou um dos vereadores.

Em outras palavras, os vereadores mandaram um recado aos três senadores, que, direta ou indiretamente, participarão do pleito eleitoral do próximo ano. Ao que tudo indica, Rodrigo Cunha poderá disputar o governo do Estado. Renan Calheiros deve apoiar Renan Filho ao Senado, enquanto Fernando Collor segue em busca da reeleição.

Nas eleições proporcionais, o sucesso ou não nas urnas depende muito do apoio das bases dos vereadores, deputados estaduais e federais alagoanos, que esperam a sensibilidade dos senadores com relação a aprovação da volta das coligações.

UVEAL também pressiona senadores

Nesta semana o presidente da União dos Vereadores do Estado de Alagoas (Uveal), Eduardo Tenório, divulgou um vídeo pedindo aos senadores alagoanos a união em torno da aprovação PEC que prevê a volta das coligações partidárias.

Segundo o presidente da UVEAL, que representa 1.068 vereadores em Alagoas, há uma grande expectativa para um consenso favorável entre os senadores alagoanos. “Peço aos senadores Renan Calheiros, Rodrigo Cunha e Fernando Collor, que votem a favor dessa PEC, pois essa disputa de partido acaba complicando a vida de muitos vereadores e a volta das coligações são de fundamental importância para a nossa classe”, frisou.

Nas eleições municipais de 2020 na capital, os seis últimos vereadores eleitos, ou seja, do 20º ao 25º tiveram menos votos que os seis primeiros suplentes. Pra se ter uma ideia, o último colocado foi eleito com 1.691 votos, ou seja, 4 mil votos a menos que a primeira suplente, que obteve 5.690 votos, porém não foi eleita.