Apesar da queda no número de infectados e de mortes devido à Covid-19, o avanço da variante Delta em todo o país e o elevado número de pessoas que ainda não tomou a segunda dose da vacina contra a Covid-19 podem ocasionar uma nova onda da pandemia no Brasil. 

Especialistas conversaram com o CadaMinuto nesta quarta-feira, dia 11, e mostraram preocupação, haja visto que no país já há registros de 570 casos de pessoas infectadas com a variante Delta, sendo dois deles em Alagoas.

O médico infectologista Renee Oliveira comentou que “de certa forma, existe a possibilidade de uma nova onda” e reforçou que quem tomou as vacinas da AstraZeneca, CoronaVac ou Pfizer precisa sim das duas doses, pois estudos realizados nos Estados Unidos e Israel demonstraram que, em relação à variante Delta, há uma queda de proteção, mesmo com a segunda dose.

Compartilhando do mesmo pensamento, o infectologista Fernando Maia também destacou a importância de tomar a segunda dose dos imunizantes e acrescentou que o elevado número de faltosos também pode contribuir para o surgimento de uma nova onda da pandemia.

Os médicos afirmaram ainda que as vacinas disponíveis hoje no Brasil são efetivas contra todas as variantes do vírus, e conseguem provocar a imunidade contra elas. “Porém, é preciso tomar todos os cuidados, pois o vírus da variante Delta, como sofreu mutação e seus receptores têm maior ligação no trato respiratório, é mais transmissível”.

Considerando o estudo divulgado pelo Imperial College, que destaca a eficácia das vacinas utilizadas no Brasil, Renee Oliveira reitera que neste momento, “os cuidados devem ser reforçados mais do que nunca, uma vez que quem tomou vacina pode transmitir a doença mesmo sem apresentar nenhuma sintomatologia”.

O médico Fernando Maia avigora que o uso de máscaras, de álcool em gel, a manutenção das medidas de distanciamento e, principalmente, a vacinação são essenciais para combater o coronavírus. 

Dados divulgados nesta terça-feira, dia 10, pelo Ministério da Saúde apontam que sete milhões de brasileiros estão com a dose de reforço em atraso. Em Maceió, esse número é de aproximadamente 17 mil pessoas.