Duas pessoas deram entrada em um hospital particular localizado no bairro da Gruta de Lourdes, em Maceió, apresentando perda da força física, dor muscular, febre e urina escura, sintomas característicos da síndrome de Haff.
De acordo com as informações, a Vigilância Sanitária de Marechal Deodoro realizou a interdição cautelar de aproximadamente 32kg de peixes em um restaurante do Povoado Massagueira, após receber a denúncia de que o pescado estava possivelmente contaminado com a toxina que causa a síndrome de Haff, conhecida popularmente como doença da urina preta.
Os familiares de um dos pacientes informaram que o rapaz apresentou sintomas na terça-feira (20) após consumir o peixe dourado durante um almoço com a família no restaurante, localizado na Avenida Divina Pastora, na Massagueira.
A doença
O professor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e doutor em Ciências Aquáticas, Emerson Soares, esclareceu que a toxina que contaminou as duas irmãs em Recife com a Síndrome Haff, conhecida popularmente como doença da urina preta, pode ser encontrada em qualquer peixe que faça o consumo do muco de corais contaminados.
A doença ganhou notoriedade após duas irmãs serem internadas com um quadro grave, provocado pelo consumo do peixe arabaiana. De acordo com o especialista alagoano, os peixes ficam contaminados com a toxina ao se alimentar dos corais, que produzem essa substância.
“Essa palitoxina vem do muco dos corais, que é uma das fontes e que contaminam peixes que se alimentam dela e, consequentemente, as pessoas que possam fazer esse consumo desse peixe contaminado. São casos isolados e precisamos dizer que não é só um tipo de peixe que pode ser contaminado. Foi a arabaiana, por exemplo, mas a arabaiana é um peixe de alto mar, que se alimentou e foi acumulando, mas pode qualquer tipo de peixe”, detalhou Soares.
Confira nota da Prefeitura de Marechal Deodoro na íntegra:
A Secretaria Municipal de Saúde, por meio da Vigilância Sanitária, informa que recebeu a denuncia e já tomou todas as medidas necessárias. Ao ser comunicada do ocorrido, a Vigilância realizou a interdição cautelar de, em média, 32kg de peixes. Todo o produto está sendo submetido a uma análise através do Laboratório Central de Saúde Pública de Alagoas (LACEN-AL) em parceria com um laboratório especializado. O material será rigorosamente examinado e mediante o resultado do laudo, o LACEN-AL e a Vigilância Sanitária de Marechal Deodoro darão prosseguimento à investigação.
Confira a nota da Sesau:
A Gerência do Laboratório Central de Alagoas (Lacen/AL) informa que recebeu as amostras do pescado coletadas pela Vigilância Sanitária de Marechal Deodoro e que está em processo de análise. Ressalta, entretanto, que não há um prazo determinado para conclusão, uma vez que o processo requer minucioso estudo para comprovar ou descartar a presença da toxina proveniente de algas marinhas no pescado analisado, que podem ou não ter provocado os casos suspeitos de Síndrome de Haff, conhecida como doença da urina preta.