A revolucionária Selma Bandeira

28/06/2021 13:33 - Marcelo Bastos
Por redação
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Selma Bandeira nasceu em Delmiro Gouveia no dia 1º de janeiro de 1944. Filha de Lauro Mendes Correia e Alexandrina Bandeira Mendes. Médica, destacou-se pela militância política, chegando a ser deputada estadual em Alagoas (1983-1986).

Sua atuação política se deu principalmente em Recife, onde participou da fundação do Partido Comunista Revolucionário (PCR) em maio de 1966, com Amaro Luiz de Carvalho (Capivara), Manoel Lisboa de Moura, Valmir Costa e Ricardo Zarattini.

Aos 16 anos de idade, ainda como estudante secundarista no Colégio Moreira e Silva, em Maceió, começou a participar do movimento estudantil, à época liderado pela União dos Estudantes Secundaristas de Alagoas – UESA.

Foi vice-presidenta do Diretório Acadêmico da Faculdade de Medicina da Ufal. Nesse período ensinou Biologia no 2º ano Científico do Colégio Estadual de Alagoas.

Em 1968, participou do 30º Congresso da UNE, em São Paulo, o famoso Congresso de Ibiúna. Foi presa e posta em liberdade no dia 17 de outubro do mesmo ano, após ser indiciada na Lei de Segurança Nacional, respondendo a Inquérito Policial Militar.

Por sua militância no PCR, foi perseguida pela polícia em Pernambuco numa ação coordenada pela equipe do delegado paulista Sérgio Paranhos Fleury, que não encontrado-a, veio a Maceió onde prendeu, no dia 18 de agosto de 1973, seu irmão e irmãs (Lauro Bandeira, Maria das Graças Bandeira e Sônia Bandeira). Foram levados para Recife onde sofreram torturas durante 30 dias.

Selma e Valmir Costa foram os últimos dirigentes do PCR a serem detidos. Suas prisões só aconteceram em abril de 1978 num apartamento em Casa Amarela, Recife, quando mais de 30 policiais invadiram o prédio e levaram os dois.

Com a Lei da Anistia, foi a primeira presa política a ser beneficiada, depois de ficar no Presídio Feminino Bom Pastor, em Pernambuco, por um ano e três meses.

Após retornar a Maceió, ingressou no Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) e atuou como médica sanitarista. Em 1982 foi eleita para a Assembleia Legislativa Estadual.

Entrevistada pelo jornal OPINIÃO em 1982, revelou que quando adolescente tinha uma disposição fantasiada, mas que os seus sonhos não acabaram. “Eles continuam bem vivos. O sonho de libertação do povo brasileiro, porque a realidade continua existindo e para que a realidade seja transformada, ou melhor, enquanto ela não é transformada, esse objetivo que queremos alcançar é um sonho“, declarou.

Sua atuação política lhe rendeu reconhecimento e respeito. Durante seu funeral, em 1986, milhares pessoas acompanhavam o cortejo de seu corpo por cerca de 10 km, cantando a música de sua candidatura à Câmara Federal.

Selma Bandeira faleceu aos 42 anos de idade em um acidente automobilístico, no dia 7 de setembro de 1986, quando participava da campanha para deputada federal.

Autor do texto: Edberto Ticianeli - (extraído do grupo História de Alagoas – Facebook).

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