Os dados da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, do governo federal, revelam que Alagoas concedeu mais de 760 auxílios-doença por acidente de trabalho em 2020 e 1.742 no mesmo período de 2019, com uma redução de 56%.
Ao CadaMinuto, o presidente do Sindicato dos Técnicos de Segurança do Trabalho de Alagoas (Sintest), Harrison David Maia, explica que a pandemia deve ser levada em consideração sobre a diminuição em casos de acidentes e óbitos relacionados à atividade laboral.
“Na verdade, temos de levar em conta o período de pandemia, onde muitos foram desligados das empresas as quais prestavam serviço e outros tiveram seus horários ajustados, além do desemprego, o que contribuiu para essa redução”, diz o presidente.

Vidas desvalorizadas
De acordo com Harrison Maia, a redução em casos de acidentes e óbitos na atividade laboral não é motivo para comemorar, já que os números ainda são altos. “Consideramos ainda números altíssimos, pois trata-se de vidas, muitas vezes desvalorizadas pelo setor produtivo, onde o bem maior é o enriquecimento através de mão-de-obra, sendo muitas vezes não observadas as normas de segurança vigentes no país”, critica.
Ele afirma ainda que o principal objetivo é diminuir o número de acidentes e mortes dos trabalhadores durante os serviços prestados.
“Se formos perguntados qual seria o número ideal de acidentes ou mortes relacionados à atividade laboral, diríamos que obviamente seria zero, no entanto, com nossa experiência no setor da prevenção, diminuir esses sinistros é o nosso objetivo principal além de evitá-los”, pontua Harrison.
Culpabilidade
Harrison Maia pondera que o trabalhador tem parcela de culpa, mas quem emprega têm maior responsabilidade em cumprir as normas regulamentadoras para evitar incidentes.
“Empregadores e empregados têm suas contribuições nesses altos números de acidentes e afastamentos, porém o empregador tem uma maior responsabilidade. Diríamos que a maior fatia dessa pizza de culpabilidade é de quem emprega, pois deve cumprir e cumprir as normas regulamentadoras. Aos empregados com seus direitos e deveres, cabe apenas obedecer ao que lhes foi orientado através de treinamentos e ordens de serviço”, pontua.
“Ainda temos muito a evoluir”
Conforme o presidente do Sindicato dos Técnicos de Segurança do Trabalho, é preciso evoluir através de ações como o “Movimento Abril Verde”, mês da saúde e segurança no trabalho.
“Sabemos que ainda temos muito a evoluir, campanhas como o Abril Verde, mês da segurança do trabalho, palestras e treinamentos são realizados internamente nas empresas, onde levam a informação da prevenção com êxito não devem deixar de existir”, coloca.
“Quem trabalha com vidas, carrega amor no coração! Não podemos mensurar ou expor através de números o quanto nós técnicos de segurança do trabalho já salvamos ou evitamos acidentes e afastamento, mas continuaremos firmes para ver e esperar dias melhores no ambiente laboral”, finaliza.