O deputado estadual Ronaldo Medeiro retornou à Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE) em janeiro deste ano, após o deputado Marcelo Beltrão ter vencido a eleição para prefeito de Coruripe. Desde que Medeiros voltou, os discursos dele são marcantes e críticas são feitas ao Governo Federal.
O Cada Minuto deste sábado traz uma entrevista com o deputado Ronaldo Medeiros que falou sobre o mandato, CPI, Governo Federal e o presidente da Assembleia Legislativa. Confira abaixo:
CM: O senhor se tornou deputado após a saída de Marcelo Beltrão da ALE e no seu primeiro discurso já mostrou que veio para criticar o Governo Federal. Ronaldo Medeiros chegou para fazer oposição aos deputados de direita da Assembleia?
RM: Eu não vim para a Assembleia com a intenção somente de criticar o Governo Federal, mas a gente tem que ver essa questão. O governo federal vem adotando uma série de medidas, um governo fraco, pobre e que vem deixando a desejar. Principalmente porque tinha um discurso de moralidade e nesse ponto passa longe. Na questão da crise da saúde das vacinas, quando o Brasil aderiu a compra, já tinham 172 países que haviam comprado. Segundo a ONU [Organização das Nações Unidas], o mundo tem hoje, reconhecidamente, 193 países. Então o governo vem atuando de forma criminosa nessa pandemia. Não investe em educação, reduz o orçamento das Universidades, mas investe em outras áreas. O Ministério da Defesa tem aumentado o seu orçamento, mas o Brasil não está em guerra e nem vai fazer guerra com ninguém. É uma grande contradição.
O presidente não tem recursos para aumentar o pagamento dos aposentados, mas tem recursos para aumentar o seu próprio salário e de alguns generais, que estão no governo ou estão no Congresso. Então isso faz com que a gente tenha que falar aqui no Parlamento para denunciar a sociedade. A história vai cobrar no futuro e está bem próximo, porque já está cobrando uma posição do governo. Vai ficar uma marca muito grande aqui no Brasil.
CM: Qual a sua opinião sobre a CPI? Acredita que ela pode mudar o rumo das eleições de 2022?
RM: É necessária né? Tem essas milhares de mortes que não estão ocorrendo por acaso. Eu creio que a metade poderia ter salvo se tivesse um Presidente da República que fosse exemplo, que lá atrás tivesse adotado ou comprado as vacinas, mas foi um presidente que sempre desdenhou. Foi um deputado medíocre em todos seus mandatos e assim também está sendo na presidência.
Ele aglomera, não acredita na ciência, negacionista, genocida. Isso o Brasil não pode mais tolerar. Os depoimentos agora na CPI estão sendo vergonhosos, ministros que estão mentindo, inclusive um General. Fica feio o exército ter em seus quadros alguém que não sustenta a palavra, como a gente no interior: ‘não está honrando as botinas que ele usa como General’.
CM: O que podemos esperar do senhor na Assembleia Legislativa?
Vou continuar defendendo o que defendia no primeiro e segundo mandato. Eu sou da escola pública, fiz concurso público e devo minha vida à área pública. Defendo a educação de qualidade em tempo integral, valorização do servidor e a saúde de qualidade. Essas duas políticas públicas são importantíssimas: educação, que abre oportunidades, (...) você tem que ter sua independência; e a saúde, são momentos difíceis e quando você precisa tem. Essas duas políticas funcionando você dá independência. Você não vai dar peixe, você vai ensinar a pescar. Isso a sociedade, hoje, é muito carente no Brasil e em Alagoas
CM: Quais são as suas principais bandeiras?
RM: Minha volta é para trabalhar por um serviço público de qualidade. (...) eu tenho vários projetos que já são leis hoje, inclusive, a lei do transporte público intermunicipal, a gratuidade para idosos é uma lei minha; a lei da merenda escolar, por exemplo, é uma lei de minha autoria; a merenda escolar para crianças diabéticas, celíacas, obesas das escolas públicas é uma lei minha. A lei dos cardápios em Braile nos restaurantes que obriga ter, também é uma lei nossa. Tenho várias leis que são muito ligadas ao social, até porque minha origem foi humilde. Eu tento na Assembleia ajudar esse segmento da sociedade.
CM: Qual a sua avaliação do presidente Marcelo Victor? Podemos dizer que hoje, a Assembleia está funcionando como um parlamento?
RM: O presidente Marcelo Victor deu um novo ânimo ao parlamento e aos parlamentares. Tem sido um presidente democrata, tem escutado muito a pauta da Assembleia, as ações, votações, com reuniões de liderança, ouvindo deputados. Então tem sido uma Assembleia diferente daquela que eu participei nos oito anos anteriores. Eu creio que a imagem do Parlamento cresceu muito com essas ações.
CM: O senhor é um deputado polêmico por causa das suas críticas ao governo federal, qual a sua relação com os deputados que defendem o presidente?
RM: Eu mantenho uma boa relação pessoal dentro do Parlamento. Já a relação política é para isso mesmo, para você falar, colocar suas opiniões. Democracia propicia esses momentos que eu falo, outro discorda, eu discordo do que o outro pensa, das ações do outro. É diferente do que o Bolsonaro propõe, que é uma ditadura. Nela, você não tem oposição e não tem outro lado, só tem uma versão e, por isso, a gente tem que batalhar cada vez mais pela democracia e contra esse governo.









