O relatório do Observatório Alagoano de Políticas Públicas para o Enfrentamento da Covid-19 (OAPPEC) da 19ª Semana Epidemiológica mostrou aumento no número de casos suspeitos da Covid-19 em Alagoas. Segundo o relatório, esse aumento pode ser uma consequência do período, onde há crescimento na incidência de doenças como dengue e H1N1. A proporção de testes RT/PCR que retornam positivos também é levada em consideração.
Ao Cada Minuto, o infectologista especialista em doenças infectocontagiosas Fernando Maia, explica que as doenças gripais aumentam nesse período porque a temperatura diminui e a umidade aumenta no Nordeste.
“Aumenta a chuva também, e aí as pessoas tendem a ficar mais próximas uma das outras, tendem a fazer mais aglomeração. Isso facilita a transmissão de todas as doenças respiratórias, entre elas o H1N1, a Covid e também o resfriado, outras outras infecções respiratórias, e outras doenças que também se transmitem por via respiratória, como varicela, que é a catapora, coqueluche e tantas outras”, explica.
Questionado sobre como identificar as diferenças nos sintomas entre as doenças respiratórias, ele explica que a dengue não causa sintomas respiratórios, ao contrário da H1N1 e Covid.
“Covid e H1N1 geralmente fazem sintomas respiratórios, nariz entope, dor de garganta, tosse dispneia (falta de ar). O Covid costuma fazer perder o olfato e o paladar, o que não é comum na gripe a H1N1."
“A dengue é uma doença que também provoca febre e dor no corpo, semelhante às outras duas. Mas a dengue não costuma dar sintomas respiratórios, costuma dar mais mialgia (dor muscular), muita dor de cabeça, principalmente atrás dos olhos, é muito comum”, complementa.
O infectologista pontuou ainda que essas doenças são muito confundidas porque os sintomas são semelhantes, em alguns casos nas primeiras 48 horas não é possível pontuar com precisão o diagnóstico.
“São todas muito parecidas, no primeiro momento, somente através da observação e através dos exames de laboratório, do exame médico é que se pode ter uma ideia um pouco melhor de que doença nós estamos lidando”, finaliza.
*Com supervisão da editoria.