Duas pessoas em Maceió tomaram a primeira e a segunda dose da vacina contra a Covid-19 de fabricantes diferentes. A informação foi confirmada ao CadaMinuto, pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
Segundo a secretaria, apenas dois casos foram registrados desde o início da campanha de vacinação contra a Covid-19 na capital alagoana, em janeiro deste ano. Em ambos os casos, a pessoa imunizada recebeu a primeira dose da vacina da CoronaVac e a segunda da Oxford/ AstraZenece, ou vice-versa.
Misturar dois fabricantes de uma mesma vacina é considerado um erro de imunização. Alguns imunologistas afirmam que tomou uma dose de um fabricante e outra dose de outro não tomou nenhuma dose completa da vacina.
Ao CadaMinuto, a SMS afirmou que a aplicação da segunda dose do imunizante, nos dois casos, foi realizada com intervalo superior a 15 dias da 1ª dose e que, desta forma, imunização é considerada válida, não sendo indicado, até o momento, fazer uma terceira aplicação de vacina contra Covid 19.
“A medida adotada ao se identificar um caso de administração com diferentes imunobiológicos é sempre notificar ao PNI municipal, onde a equipe responsável por eventos adversos e erro de imunização irá acompanhar, monitorar os vacinados e aguardar conduta médica do CRIE diante dos casos notificados”, ressaltou a secretaria de Saúde de Maceió.
Em todo o Brasil, pelo menos 16,5 mil pessoas vacinadas contra a Covid-19 têm registro de primeira dose e segunda dose trocada de acordo com o Datasus, sistema de informações do Ministério da Saúde (MS).
Conforme o MS, a troca aconteceu em praticamente todo o país, com exceção dos estados do Acre e do Rio Grande do Norte. Ao todo, 16.526 pessoas foram afetadas no período analisado. Os dados mostram ainda que 7 em cada 10 trocas de fabricantes na vacina contra Covid-19 ocorreram em profissionais de saúde.
As vacinas têm intervalos diferentes para aplicação das doses. A Coronavac tem prazo de até 28 dias, e o da vacina de Oxford/AstraZeneca é de três meses, segundo recomendação da Fiocruz.
A vacina da Coronavac, produzida no Brasil pelo Instituto Butantan, usa o vírus inativado para levar à produção de anticorpos, a mesma estratégia usada para fabricar as vacinas contra a gripe. Já a vacina de Oxford é do tipo vetor viral não replicante (no caso, um adenovírus de chimpanzé) capaz de infectar células humanas, mas que não forma novos vírus, impedindo que a infecção progrida. Não se sabe ainda se a aplicação de duas vacinas diferentes pode gerar efeitos colaterais distintos dos descritos nos testes de cada imunizante.