Após dois meses sem receber salários, férias e vale transporte, os funcionários do Hospital Sanatório, em Maceió, iniciaram uma paralisação na manhã desta segunda-feira (19). As queixas dos profissionais também envolvem a falta de condições de trabalho.

Segundo Júlio Bandeira, diretor administrativo do Hospital, o problema da unidade é grave e está relacionado ao acidente geológico causado pela Braskem. A empresa ainda não se posicionou sobre uma possível realocação do Hospital. Já com relação ao atraso nos pagamentos, o funcionário afirma que o Sanatório depende dos repasses financeiros do estado.

Funcionários da unidade denunciam que estão sendo punidos pelas chefias do hospital em caso de falta ao trabalho e justificam que as ausências ocorrem por não possuírem condições de custear os percursos entre suas residências e o hospital.

Além disso, afirmam que a energia da unidade já chegou a ser cortada por falta de pagamentos. Os profissionais também precisam realizar “cotinhas” para comprar cestas básicas para os funcionários que dependem da renda do Sanatório.

Durante a manifestação, Mário Jorge Filho, presidente do Sateal [Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem no Estado de Alagoas], informou que o problema afeta não só os trabalhadores, mas também os usuários. “O Ministério Público Estadual responsabiliza a Secretaria Estadual de Saúde, a Braskem (...) é verdade, cada um tem uma parcela de culpa. O Estado é culpado por contratar o serviço e não fazer o pagamento”, expõe.

Ainda no início da paralisação, pacientes da hemodiálise, vindos do interior de Alagoas, que chegaram  durante a madrugada ao Sanatório para atendimento, se queixaram da não realização do atendimento. No entanto, esses casos já começaram a ser atendidos normalmente.

A decisão sobre a paralisação foi tomada na última quarta-feira (15), em assembleia com os Sindicatos, que deliberaram pela interrupção das atividades nesta segunda-feira (19), caso o Hospital continuasse sem efetuar os pagamentos atrasados.

De acordo com o Sateal, o órgão, juntamente com o Sintecal [Sindicato dos Técnicos, Citotécnicos e Auxiliares Laboratórios de Análises Clínicas e Medicas no Estado de Alagoas] e o Sindicato da Saúde, vão enviar ofício conjunto aos órgãos competentes comunicando a decisão dos trabalhadores e comunicando que o atendimento mínimo será garantido conforme a Lei.

*com Ascom Sateal