Fecomércio: Em Alagoas, novo auxílio não chegará a 14% do suporte dado em 2020

13/04/2021 09:40 - Blog do Vilar
Por Lula Vilar
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O novo auxílio emergencial, que vem sendo pago pelo governo federal, não será o suficiente para reduzir o impacto das medidas de restrições, que foram adotadas como combate à pandemia da Covid-19, na economia alagoana. É o que mostra um levantamento que foi divulgado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismos de Alagoas (Fecomércio/AL) em sua página oficial.

Essa é mais uma preocupação do setor. Afinal, desde que Alagoas retornou à fase vermelha de distanciamento social houve restrições impostas ao setor produtivo, em especial aos bares e restaurantes. Com isso, queda de receita nas empresas e o temor por conta de desempregos e falências. As novas medidas – conforme o governo estadual – foram adotadas por conta do crescimento da pandemia no Estado, na chamada “segunda onda”.

No dia de ontem, um grupo de empreendedores divulgou vídeo nas redes sociais apelando por mais flexibilizações no decreto. Em um dos casos, uma empresária, relata que já teve que demitir os funcionários de sua empresa (uma pizzaria) porque as flexibilizações adotadas pelo governo para bares e restaurantes, permitindo a abertura até as 16 horas, não foi o suficiente para que a empresa conseguisse ao menos se manter.

Com mais desempregados e menos volume de recursos por parte do auxílio emergencial, Alagoas pode vivenciar um problema a mais, dentro de um contexto de “segunda onda da pandemia” e de ser uma das unidades da federação com mais dificuldades – conforme IBGE e Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – de retomar ou criar novos postos de trabalho.

De acordo com a análise do Instituto Fecomércio/AL, a nova etapa do auxílio emergencial deve injetar um volume de recursos superior a R$ 188 milhões/mês, o que totalizará R$ 750 milhões até o final de julho, beneficiando mais de 700 mil pessoas com condições sociais mais vulneráveis.

Todavia, o assessor econômico da entidade, Victor Hortêncio, frisa que quando comparado com 2020, o impacto é menor em todos os sentidos: no volume de recursos, nas parcelas pagas e na capilaridade, o que deixará pessoas sem renda.

“O orçamento da renovação do Auxílio Emergencial para 2021 vem consideravelmente mais enxuto do que o ano passado. Em termos percentuais, o novo volume de recursos não chega a 14% dos R$ 322 bilhões empenhados em 2020, totalizando, em termos absolutos R$ 44,86 bilhões, destinados apenas a 40 milhões de brasileiros, quase metade dos 68 milhões atendidos no ano passado”, coloca Victor Hortêncio.

Em todo caso, ele ressalta que a medida adotada pelo governo federal, será um impacto positivo: “Não com a proporção e potência do auxílio anterior, mas deve seguir o que aconteceu no ano passado, sendo a maior parte utilizada para a aquisição de bens no varejo”, observou.

Em 2020, o auxílio correspondeu a 3% do PIB. De acordo com o economista Cícero Péricles, isso criou um “colchão econômico” para as medidas restritivas, pois movimentou o consumo e ajudou na manutenção das empresas. Essa medida ainda foi associada ao programa de manutenção de empregos.

No ano passado, isso correspondeu a uma injeção de R$ 5,5 bilhões para mais de 1,2 milhão de pessoas. Para se ter ideia, isso foi o responsável pela materialização de R$ 2 bilhões em consumo no varejo, o que ajudou na liquidez da economia alagoana no momento de paralisação quase que total das atividades. Apenas em Maceió foram mais de 338 mil pessoas em Maceió, injetando pouco mais de R$ 1,5 bilhão na economia.

De acordo com dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em abril desse ano, 35,4% dos recurso disponibilizados pelo auxílio chegaram ao comércio varejsta em todo o país. O outro montante foi destinado para o pagamento de serviços, pagamento de dívidas ou ainda poupado, como forma de precaução durante esse período adverso.

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