Foi revertida a negativação dos financiamentos para os mais de 1300 endereços em Maceió, que haviam sido divulgados pela Superintendência da Caixa Econômica Federal de Alagoas. Após cobrança da Prefeitura de Maceió, nesta sexta-feira (09), o banco optou por desconsiderar a ação direcionada à 15 bairros da capital. 

Sander Farias, superintendente da Caixa em Alagoas, afirma que as agências em Maceió “devem seguir as regulamentações vigentes, em especial quanto à obrigatoriedade da aceitação das coberturas securitárias para os financiamentos habitacionais (Morte e Invalidez Permanente [MIP], e o seguro de Danos Físicos do Imóvel [DFI])”.

Segundo informações, a decisão foi encaminhada através de um e-mail para o o Gabinete de Gestão Integrada para a Adoção de Medidas de Enfrentamento aos Impactos do Afundamento dos Bairros (GGI dos Bairros).

Superintendete da Caixa Econômica Federal comunicou decisão por e-mail. Imagem: Reprodução

Dessa forma, continua valendo a Lei nº 4.380/1984 e o Decreto nº 73/1966, determinando que os financiamentos devem incluir o pagamento de dois seguros habitacionais: o MIP e o DFI, ambos pagos junto às parcelas do financiamento. Esses financiamentos são os que podem utilizar recursos da poupança e do FGTS para a compra de imóveis até R$ 650 mil, nos casos de Alagoas.

Coordenador do GGI dos Bairros, Ronnie Mota, ficou satisfeito com decisão da Caixa Econômica. Foto Erik Maia/Secom Maceió

Para o coordenador do GGI dos Bairros, Ronnie Mota, a decisão da Caixa Econômica Federal foi acertada, uma vez que o município já está bastante prejudicado pelos danos causados pelo afundamento do solo devido à mineração de sal-gema.

“Fico satisfeito com a sobriedade da decisão do banco. Nós já temos muitos prejuízos causados por esse problema. Muitas famílias e empresários perderam os imóveis onde vidas estavam sendo construídas. Perdemos um importante corredor de transporte, perdemos um trecho de um modelo de transporte público, perdemos diversos espaços públicos e equipamentos de atendimento à população, e não podíamos ser penalizados com essa decisão, que prejudicava vários setores da nossa economia e criava uma área inválida muito grande, sem considerar os dados técnicos e científicos”, concluiu.

Entenda o caso

Ao final de março deste ano, uma relação de endereços divulgada através das redes sociais começou a circular, afirmando que imóveis em alguns bairros de Maceió estariam sendo recusados por seguradoras e, por consequência, a Caixa Econômica Federal estaria suspendendo os financiamentos dos referidos imóveis.

A lista dos endereços que estariam com os financiamentos negados contempla cerca de 1300 locais de Maceió, em 15 bairros.

O motivo da negativação seria devido a proximidade desses locais de bairros com problemas de afundamento do solo. No entanto, muitos dos endereços listados não apresentavam nenhum tipo de problema associado ao afundamento do solo.

*com Secom Maceió