Fechamento de empresas será inevitável caso o decreto não seja revisto, avalia presidente da Abrasel

05/04/2021 06:00 - Geral
Por Alícia Flores*
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O setor de bares e restaurantes aguarda com expectativa a revisão do decreto governamental, anunciada para esta segunda-feira (05), que manteve Alagoas na Fase Vermelha e deu continuidade às restrições ao funcionamento do setor no estado.

Ao CadaMinuto, o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Thiago Falcão, disse que o segmento foi surpreendido com a manutenção do fechamento de bares e restaurantes, após a renovação do decreto.

“A gente acreditava que o Governo fosse flexibilizar no sentido da abertura dos nossos negócios durante o horário comercial. A gente acha que foi injusta a medida que manteve fechado no nosso segmento”, afirmou.

Segundo Falcão, a perspectiva é de que 3.500 postos de trabalho já foram perdidos desde o início das restrições a bares e restaurantes, ou seja, uma média de cinco empregos perdidos por hora.

“A cada dia que passa, vai ficando mais difícil, tanto a situação dos empregados, que vão ficando sem perspectivas de novos trabalhos, quanto dos empresários, que vão somando novas dívidas”, lamentou.

Sobre a revisão do decreto prevista para hoje, anunciada por Renan Filho na última terça-feira, Falcão diz que a Abrasel não vê outro caminho que não seja abertura, porque “o nosso setor não aguenta mais, a gente não tem mais perspectiva”.

Ele diz que, quanto mais cedo as empresas puderem abrir, menos empregos vão ser perdidos e menos empresas serão fechadas.

Falcão explica que os formatos delivery e pegue leve representam, no máximo, 30% do faturamento dos estabelecimentos, por isso, perder 70% do faturamento ou, como em alguns casos, fechar totalmente, “é algo irreal”.

“O nosso setor já vinha acumulando uma inflação de quase 15% em relação aos insumos, ao aumento de aluguel e ao endividamento em relação a empréstimos”, apontou, explicando que a Abrasel sabe que o fechamento de diversas empresas é inevitável. 

“Quantas empresas serão, vai depender do período de permanência desses decretos”, pontuou.

Novo decreto

Com o último decreto, bares, restaurantes, e estabelecimentos congêneres seguem funcionando apenas com delivery e no sistema “pegue e leve”. O toque de recolher permanece, das 21h às 5h. Shoppings, galerias e lojas de rua também permanecem com os horários de funcionamento reduzidos.

Academias, clubes e centros de ginásticas poderão funcionar com 30% da capacidade, de segunda a sexta-feira, e pessoas acima dos 60 anos ou com comorbidades não podem frequentar os locais; Salões de beleza e barbearias com 50% de capacidade e agendamento de horário; e transporte intermunicipal de passageiros com 30% da capacidade.

 

*Estagiária sob supervisão da editoria

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