Com o agravamento da pandemia do novo coronavírus em todo o país, o governo se prepara para promover uma nova rodada do Auxílio Emergencial, que contemplará valores entre R$ 175 e R$ 375, de acordo com a composição das famílias beneficiadas. Para o economista Cícero Péricles, em Alagoas, esse pagamento irá contribuir positivamente para o orçamento da maioria das famílias de baixa renda, as mais atingidas pela pandemia.
Ao CadaMinuto, o economista afirma que o pagamento das quatro parcelas causará um forte impacto na economia estadual. “Como 1,2 milhões de alagoanos irão receber o benefício, a conta mensal chega a 300 milhões de reais e isso representa, nos quatro meses, a quantia de 1,2 bilhão de reais. As quatro parcelas do novo Auxílio Emergencial irão beneficiar os inscritos no Bolsa Família e mais 800 mil alagoanos, aumentando esse volume de pagamentos para 300 milhões por mês”, explica.
Os dois segmentos que mais sentirão o impacto do novo Auxílio Emergencial serão o comércio e a rede de serviços. “Pela experiência anterior, esses recursos serão destinados ao consumo imediato de bens populares, como alimentos, remédios, material de limpeza e higiene, movimentando, diretamente os setores do comércio e serviços e, indiretamente, a agricultura produtora de alimentos e a indústria de bens populares. Como o valor é bem mais baixo que no ano passado, esse dinheiro impactará, mas de forma menos forte”, informa o economista.
Sobre os setores mais atingidos pelo isolamento social, Cícero reforçou que o novo Auxílio Emergencial vai diretamente para as empresas, impactando positivamente na economia estadual.
“O predomínio destes dois setores é muito claro: temos mais de 140 mil empresas na área de comércio e serviços, sendo que 90% são micro e pequenas empresas e microempreendedores individuais. Estes empreendimentos estão espalhados pelas feiras, pelo comércio de bairro, nas galerias, nos bairros da capital e no interior do estado. Estas empresas, em geral, de base familiar, têm menos capital, menos estrutura de apoio e estão em dificuldades desde o ano passado”, destacou.
Redução do valor do Auxílio Emergencial
Após o anúncio da redução no valor das parcelas do novo Auxílio Emergencial começaram a surgir críticas por parte da sociedade. “A base dessa crítica é a comparação com valores pagos no ano passado. O valor do novo Auxílio – entre 175 e 375 reais - é bem menor do que se pagou em 2020, de abril a agosto, quando as parcelas variaram de R$1.200 a R$600; ou mesmo nos meses de setembro a dezembro, quando esses valores foram reduzidos pela metade, caindo para R$600 e R$ 300”, disse Cícero Péricles.
Outra crítica feita pela sociedade é a não possibilidade de novos cadastrados para receber o auxílio. “A explicação é a de que o custo fiscal está no limite máximo do orçamento federal, que destinou R$ 44 bilhões para esse pagamento, e que o número de beneficiários estaria alto, em mais de 50 milhões de pessoas. É bom lembrar que, no passado, o governo federal resistiu em aprovar a primeira versão do Auxílio e, até o mês de janeiro deste ano, não tinha dado nenhum passo nesta direção. É o Congresso Nacional, como agora, quem tem tomado estas iniciativas”, complementa.
Desemprego
Conforme dados apresentados pelo economista, Alagoas possui a segunda menor renda per capita do país e conta com 220 mil desempregados e 300 mil desalentados - pessoas que desistiram de procurar emprego.
“Com o desemprego, esse pagamento, mesmo nesses valores e com poucas parcelas, contribui positivamente para o orçamento da maioria esmagadora das famílias de baixa renda, as mais atingidas pela pandemia”, finaliza Cícero.
*Com supervisão da editoria.