Quem poderá nos salvar do "covidão"?

05/03/2021 18:34 - Filipe Valões
Por redação

O que sempre foi um problema no transporte coletivo em Maceió, tornou-se um risco à vida, em tempos de pandemia. A cena é conhecida por todos: ônibus que deveriam transportar certa quantidade de passageiros, sentados e em pé, acabam levando quase três vezes mais pessoas. Antes, era um incômodo, hoje, é uma ameaça. Agora, nas ruas, o povo até arrumou apelido para o coletivo lotado: O COVIDÃO!

A solução não é fácil. De um lado, a população pede mais veículos nas linhas de ônibus, do outro os empresários apresentam suas razões para não aumentar. Mas o que era um cabo de guerra de décadas, muitas vezes negligenciado pelos gestores e parlamentares municipais, que deveriam tomar providências intermediando a situação, tornou-se uma prioridade, uma urgência que pode fazer a diferença no combate ao contágio do Covid-19.

Em seu mais recente decreto, o Governo do Estado implementou uma forma de tentar “distribuir” os usuários do transporte coletivo, ao menos os que trabalham, estabelecendo horários diferentes para abertura de lojas do Centro, shopping centers e lojas de ruas nos bairros. Toda ajuda é bem vinda, toda medida contribui. Ainda assim, é pouco, se considerarmos o outro problema de longa data, a quantidade insuficiente de ônibus para a população maceioense.

A prefeitura de Maceió, recentemente, conseguiu baixar o preço da passagem, o que agradou a maioria dos usuários. Afinal, todos querem pagar menos. Mas olhando para o problema maior, mais antigo e que agora adquire uma gravidade sem comparação. talvez fosse melhor que o Município tivesse deixado a passagem com o mesmo preço e exigido das empresas de ônibus o aumento da frota, para que assim fossem reduzidos o tempo de espera nos pontos e a quantidade de pessoas a cada viagem.

Baixar o preço atendeu um anseio aparentemente imediato, não podemos negar. Mas hoje, o que realmente importa, o que é prioridade e pode garantir que haja um futuro para muita gente, é evitar aglomerações, impedir que trabalhadores sem outra alternativa se vejam obrigados a encher os transportes coletivos, se espremendo nos ainda insuficientes ônibus de Maceió, na incerteza de estarem ao lado de alguém contaminado pelo Coronavírus.

É preciso pensar no povo, em quem faz a sociedade funcionar. Preço menor na passagem não vai salvar vidas, enquanto uma maior quantidade de ônibus com certeza vai reduzir a chance de contaminação, internamento e mortes.

Mas, quem poderá salvar os passageiros do COVIDÃO? O JHC Colorado!

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