Mês da Mulher: campanha busca levar através da arte mensagem contra violência doméstica

01/03/2021 06:12 - Especiais
Por Redação
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Há um ano, a pandemia mudou a rotina das famílias e o cenário dentro dos lares trazendo à tona o crescimento da violência doméstica em todo o estado. Neste mês da mulher, a proposta lançada pela Associação AME, que promove o acolhimento de mulheres em situação de violência, é entrar nesses lares e mostrar que as mulheres não estão só. 

Com a campanha Amor e Luta, a Associação Ame desenvolverá ações através da arte para alcançar as mulheres de forma mais simples e levar a mensagem contra a violência doméstica. Em dados estatísticos da Associação, em 2019 foram atendidas 2.463 mulheres, enquanto em 2020 esse número dobrou para 4.693. 

Confira a entrevista 

Estamos completando  1 ano de pandemia. Como avalia esse cenário com o crescimento da violência doméstica?

Se a violência doméstica, o feminicídio, já tinham números assustadores, com a pandemia isso se intensificou. Ficamos mais tempo em casa, o convívio familiar aumentou, e naturalmente as tensões entre os membros da família aumentam. Imagine para uma mulher que vive uma relação de violência. Isso ainda somado a toda a incerteza e problemas que passamos devido ao isolamento. O abusador tende a descontar suas frustrações na vítima. Então realmente a violência doméstica cresceu.

Nesse período cresceu o número de atendimento na AME?

Sem dúvidas. Nós não atendemos somente violência doméstica, e sim todos os tipos de violência contra a mulher, embora os casos que se enquadram na Lei Maria da Penha são destaque aqui na Ame. Se em 2019 a gente atendeu 2463 mulheres, esse número quase que dobra em 2020: foram 4693 atendimentos.

Podemos afirmar que o crescimento do papel da mulher empoderada tem ajudado  a combate os tipos de violência?

Sem dúvidas! Primeiro, porque quando a mulher ganha forças na sua figura pessoal e se reconhece como uma mulher forte, poderosa, maravilhosa e independente isso a encoraja à denunciar e a não se envolver futuramente com novos parceiros abusivos. Segundo, porque quando falamos sobre isso, quando propagamos a mensagem do poder feminino e da não violência, estamos cumprindo um papel educativo que serve para homens e mulheres! Muitas mulheres sequer sabem que vivem um relacionamento abusivo, sequer sabem quando o parceiro que controla seu salário é violência ou que quando ele te afasta dos seus amigos também.

Já vimos muitas mulheres assumindo a figura de provedoras de suas famílias.  Essa mudança contribui para a diminuição da violência feminina?

Um dos grandes fatores que levam a mulher a permanecer em uma relação abusiva é a dependência financeira. Ela não tem pra onde ir, como se manter, um trabalho para se sustentar. A partir do momento em que ela conquista uma independência financeira, especialmente como provedora da família, esse cenário se desfaz. Ela pode sair de casa e se manter. Entretanto, precisamos ter em mente que esse é apensas um fator que leva a mulher a permanecer na relação abusiva. Por isso que quando ela toma ciência da sua situação, a ajuda psicológica é fundamental.

A nova campanha da AME leva em destaque alguma característica desse cenário local?

A atuação da Ame por si só já considera isso, visto que nosso atendimento é gratuito e voltado para mulheres de baixa renda. Mas em especial este ano, estamos buscando na nossa campanha falar através da arte para alcançar essas mulheres de forma mais simples, leve e sem censuras! objetivamos entrar nos lares de forma sútil, educando e empoderada a mulher. E, principalmente, mostrando que ela não tá só, que a AME tá com ela.

Neste mês da mulher, quais ações serão preparadas?

Teremos palestras on-line, teremos momentos para a população envolvendo artistas alagoanos (sempre on-line), e campanha nas redes sociais que leve informação às mulheres. Estaremos presentes, palestrando, na igreja universal e nos municípios de Coruripe, Santana e Maragogi

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