Futuro de Renan Filho definirá muito do jogo do xadrez para 2022

25/01/2021 10:49 - Blog do Vilar
Por Lula Vilar
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O futuro político do governador Renan Filho (MDB) em relação ao ano de 2022 é a grande discussão dos grupos que sonham com a disputa do governo estadual, Senado Federal e as cadeiras da Câmara dos Deputados e da Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas.

Com a eleição do ex-vice-governador Luciano Barbosa para a Prefeitura de Arapiraca, Renan Filho – que é virtual candidato ao Senado Federal – terá que se sair da cadeira do Executivo estadual para concorrer a qualquer cargo eletivo. O prazo é abril do ano de 2022.

De um lado, um grupo que se forma envolve o atual prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, o JHC (PSB), e o senador Rodrigo Cunha (PSDB). O tucano é tido como um dos nomes para disputar o Palácio República dos Palmares.

Porém, também está no jogo os interesses do deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Victor (Solidariedade) e também do deputado federal Arthur Lira (Progressistas), que pode se fortalecer caso consiga se eleger presidente da Câmara dos Deputados. No caso de Marcelo Victor, um nome desse grupo desponta: o deputado estadual Davi Davino Filho (Progreessistas). Isso alinharia também com os interesses de Lira.

Observando essas composições, está o senador Fernando Collor de Mello (PROS). Semelhante à eleição passada, Collor busca apenas o espaço – dentro de qualquer grupo – para conseguir consolidar sua candidatura ao Senado Federal. Por essa razão é ferrenha oposição a Renan Filho e flerta tanto com Arthur Lira quanto com JHC e Rodrigo Cunha.

É que Collor já desenha uma disputa com Renan Filho, independente dessa acontecer ou não. É o mesmo raciocínio que o levou – em passado distante – para o grupo político do atual governador, quando previa (o que acabou não ocorrendo) a disputa com o ex-governador Teotonio Vilela Filho (PSDB), que desistiu de disputar o Senado na reta final.

O fato é que os interesses de todos esses caciques dependem da posição de Renan Filho. Caso o governador, por exemplo, não seja candidato ao Senado Federal, ele acaba abrindo espaço para que outros nomes entrem nessa disputa.

Além de Fernando Collor de Mello, podem surgir para disputar a majoritária nomes do PSB, do PSD e até de outros partidos. É que Renan Filho deixaria o vácuo e os grupos políticos não deixariam Collor disputar sozinho.

Renan Filho tem 14 meses para decidir seu futuro político. O relógio do governador – nesse momento – determina também o relógio de aliados e adversários. Com um detalhe, caso saia do governo para se candidatar, quem ocupará o Palácio República dos Palmares é – na conjuntura atual – o grupo de Marcelo Victor, que domina o parlamento alagoano.

Conforme informações de bastidores, o foco de Renan Filho – atualmente – é uma reforma administrativa para a reta final de mandato. As mudanças vão para além da já ocorrida na Segurança Pública, com o retorno de Alfredo Gaspar de Mendonça (que é um nome do MDB para 2022) para essa pasta.

A reforma visa ampliação de alianças, composições, conclusão de projetos e construção de uma agenda positiva que reafirme a posição do governador. A partir daí, bater o martelo: ser candidato ao Senado Federal ou não ser candidato a nada e apostar na construção de um sucessor. Entre os nomes ventilados para esse desafio, está – por exemplo – o do secretário de Saúde, Alexandre Ayres.

Entre as movimentações de Renan Filho estará – sem sombra de dúvidas – o diálogo político com a Assembleia Legislativa. Caso candidato, o governador vai querer ter influência na eleição indireta que escolhera seu substituto. É uma forma de não perder o apoio da máquina pública depois de comandá-la por quase oito anos.

De forma mais distante, porém com poucas chances, há quem acalente o sonho de Renan Filho ser um dos presidenciáveis. É uma aposta remota e, diante do quadro, com poucas chances de se concretizar. Se assim o for, Renan Filho vai para uma missão do partido. É muito mais provável do que acreditar em uma perspectiva de vitória.

Recentemente, Renan Filho foi até citado pelo deputado federal Baleia Rossi (MDB), que concorre à presidência da Câmara dos Deputados contra Lira. Mas isso não significa nada.

O fato é que a posição que Renan Filho assumir determinará os passos de todas as outras peças desse xadrez político. Parece um futuro distante, mas não é…

Vale lembrar – em tudo isso – a influência do enxadrista-mor da política alagoana, o senador Renan Calheiros (MDB).

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