Conforme nota divulgada neste domingo pela assessoria da Prefeitura de  Matriz do Camaragibe/AL, o  prefeito Fernando Cavalcante (MDB) assumiu um cidade que pareceu varrida por um furacão: os primeiros levantamentos mostram que as contas públicas foram zeradas, há muitas dívidas e, nas ruas, prédios públicos estão em situação complicada. Escolas sem portas e janelas ou simplesmente sem manutenção ou limpeza há meses; uma ambulância que virou sucata e outras duas com pequenos defeitos e afastadas das ruas há tanto tempo que ninguém nem lembrava da existência delas. E isso na pandemia quando a saúde é prioridade no mundo inteiro.

E falando em saúde, o hospital Luiz Arruda, de média complexidade, não tinha, no início deste ano, insumos básicos. Foram repostos esta semana. O calote deixado pela administração do ex-prefeito Anderson Boulevard impressiona: não foi deixado dinheiro para pagar os aposentados e pensionistas porque na conta do fundo previdenciário restaram apenas R$ 4.378,70.

Os extratos bancários mostram que, no apagar das luzes da antiga gestão, comerciantes receberam transferências financeiras altíssimas. Dois supermercados receberam R$ 70 mil; apenas um deles, R$ 49 mil. Em combustível, houve uma transferência de R$ 65 mil. Uma empresa de transporte municipal recebeu, sozinha, R$ 145 mil.

O dinheiro federal da lei Aldir Blanc deveria contemplar os artistas que sentem os efeitos da pandemia e não podem exercer seus ofícios porque as aglomerações estão proibidas. Só que uma única empresa recebeu, da lei federal, R$ 209 mil- todo o dinheiro encaminhado a Matriz. Testemunhas dizem que o dinheiro foi sacado e entregue à vista para a empresa.

O duodécimo da Câmara de Vereadores não foi pago. Dívida: R$ 100 mil. Outra dívida: 15 meses de aluguel atrasado do conselho tutelar. São R$ 19.800. Até o ex-vice-prefeito Mário Melo, reclama de dívida: não recebeu quatro meses do próprio salário.

Retomada

Algumas primeiras ações estão sendo organizadas pelo prefeito Fernando Cavalcanti. As obras do Colégio Dagmar Cavalcante Manso serão retomadas na próxima segunda-feira. O prefeito visitou a obra ao lado do secretário de Infraestrutura e do engenheiro resposnável.

A reforma estava parada e virou prioridade neste primeiro momento da administração municipal. Com os problemas registrados na economia em todo o mundo, o que interfere na produção e distribuição de bens e serviços, a crise também chegou a Matriz: há falta de material de construção. Por isso, a previsão do prefeito é que a obra seja entregue em maio ou julho, podendo ser antes, à medida que o mercado local seja reabastecido, segundo o engenheiro responsável pela obra, Marben Moura.