Cientista político alagoano avalia invasão ao Congresso dos EUA e diz que atos podem se repetir no Brasil

07/01/2021 11:51 - Notícias
Por Rebecca Moura*
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A sessão oficial de contagem dos votos do Colégio Eleitoral na eleição americana, que deu vitória a Joe Biden nas eleições presidenciais de novembro, foi suspensa nessa quarta-feira (6), após a invasão de um grupo de apoiadores do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O cientista político alagoano e professor universitário, Ranulfo Paranhos, afirmou que os atos realizados ao Congresso dos EUA podem se repetir em países como o Brasil.

Ao CadaMinuto, Ranulfo disse que os atos podem se repetir em países onde os presidentes tem o mesmo comportamento de citar possíveis fraudes nas eleições, como no Brasil. “Quais são os elementos centrais para que aumente a probabilidade que um fenômeno desse se repita, por exemplo, no Brasil? é preciso ter um líder que rejeite a política, que negue a política, e é o que a gente já tem no Brasil, alguém que usa a política há muito tempo e que chegou ao cargo máximo, mas diz que vai fazer política de uma forma que não é a política tradicional, porque essa política tradicional estaria contaminada, estaria envenenada”, disse.

Ainda em sua avaliação, o cientista disse que a negação da política é o fator principal para atos extremistas. “Esses indivíduos que são capazes de levar uma pequena parcela dos seus eleitores, de forma muito inflamada e extremista, para as ruas e ajustar ao seu discurso de negação da política, na verdade eles são os populistas. Então o que é preciso para isso aconteça? qual a fórmula para que tudo dê errado nos próximos anos? basta que as instituições permitam cada vez mais que essa anti-política cresça que essa anti-política ganhe espaço”, explica.

Ranulfo explica ainda que, os atos realizados no Congresso dos EUA é reflexo em função de questões políticas, onde o chamado “eleitor médio” é quem assume o poder. “Esse eleitor médio é o que seria a maioria, o eleitor médio tem um comportamento também médio, ele não tem um comportamento extremo, ele se preocupa um pouco mais com eleições na hora de decidir em quem votar”, avaliou.

Questionado sobre a participação dos indivíduos que estão mais à margem, o cientista afirma que é um número muito pequeno. “Ontem tinha ordem de milhares, mas quantos são os eleitores? são de ordem de milhões, então aquilo ali estatisticamente falando é quase nada. Agora esse quase nada ou esse percentual mínimo que tá ali é o percentual que grita, que faz barulho, que é agressivo e que é violento, ai que faz a diferença muito grande e chama muita atenção. Então essa é a grande questão que grupos extremistas, ainda que proporcionalmente menores tem ocupado o espaço e tem feito muito barulho”, finaliza.

 

*Sob supervisão da editoria

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