A Associação dos Docentes da Universidade Federal de Alagoas (Adufal), divulgou nota, nesta quarta-feira (02) em repúdio a Portaria do Ministério da Educação (MEC), que dispõe sobre o retorno às aulas presenciais em todos as Instituições Federais de ensino superior do país, a partir de 4 de janeiro.

Segundo a nota, com essa determinação o governo ignora toda a situação da pandemia no Brasil e coloca em risco não somente os integrantes das comunidades acadêmicas, como toda a sociedade. 

A Associação afirmou ainda que “é inadmissível que no momento atual, onde os casos notificados e de mortes por Covid-19 continuam a crescer desenfreadamente no país” e disse que a portaria é um ataque declarado à autonomia universitária, devendo o Conselho Universitário (Consuni) da Ufal rejeitar de forma integral essa determinação. 

Confira a nota na integra:

A Associação dos Docentes da Universidade Federal de Alagoas (Adufal) vem, por meio desta nota pública, repudiar a Portaria do Ministério da Educação (MEC) nº 1.030, de 1º de dezembro de 2020, que dispõe sobre o retorno às aulas presenciais em todos as Instituições Federais de ensino superior do país, a partir de 4 de janeiro.

Com essa determinação, o governo ignora toda a situação caótica pandêmica pelo que o Brasil passa atualmente e coloca em risco maior não somente os integrantes das comunidades acadêmicas das Universidade e Institutos Federais, como toda a sociedade.

É inadmissível que no momento atual, onde os casos notificados e de mortes por Covid-19 continuam a crescer desenfreadamente no país, com mais de 50 mil novos casos notificados e 173.817 mil óbitos acumulados, até 1º de dezembro, o governo Bolsonaro ignore as estatísticas mais uma vez e aja em desacordo com a saúde pública.

A intenção do governo se mostra ainda mais clara com essa determinação, expressando a política genocida que atua contra o isolamento social, contra o uso de máscaras, contra as vacinas, a favor das aglomerações das igrejas, escolas e universidades, contra a população mais pobre e sempre em defesa do capital.

A portaria é também mais um ataque declarado à autonomia universitária, devendo o Conselho Universitário (Consuni) da Ufal rejeitar de forma integral essa determinação, como forma de frear os efeitos prejudiciais à sociedade alagoana.

Cabe mencionar que mesmo condicionando o retorno das aulas presenciais aos protocolos de biossegurança de cada local, isso não é suficiente para impedir o risco iminente de contaminação pelo vírus, uma vez que a única forma realmente eficaz de prevenção ainda é o isolamento social.

A Adufal reitera seu compromisso em defesa dos/as docentes, dos trabalhadores/as e da educação pública como um todo, frisando que atuará de todas as formas possíveis para impedir mais esse ataque, objetivando que essa portaria seja de fato revogada.