Nas redes sociais, Collor diz que Arthur Lira é excelente nome para o governo em 2022

30/11/2020 13:05 - Blog do Vilar
Por Lula Vilar
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O senador Fernando Collor de Mello (PROS) é um político do grupo do “eu sozinho”.  Em sua primeira eleição ao Senado Federal, surgiu como uma surpresa contra a candidatura do ex-governador Ronaldo Lessa (PDT), pelo pequeno PRTB. Assim, teve êxito, em uma eleição onde estava em disputa apenas uma cadeira das três da bancada alagoana no Senado Federal.

Naquela eleição, Collor fez seu próprio pseudo-grupo.  Pseudo porque tudo era montado para Collor ressurgir... Não havia candidato ao governo com apoio de Collor ali, havia um nome qualquer para justificar a chapa.

Desde então, Collor tem articulado sozinho para manter o seu espaço, o que já o fez de mudar de partido algumas vezes passando pelo PTB, pelo PTC até chegar ao PROS, que é onde se encontra atualmente. Quando achou que o ex-governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) era candidato ao Senado Federal (o que não se confirmou), Collor se fez o maior opositor de Vilela e endureceu o discurso contra o governador.

Assim, se aproximou do MDB de Calheiros e concorreu ao Senado Federal com o apoio do governador Renan Filho (MDB). Fernando Collor era o senador da chapa. Obteve êxito pela segunda vez e ainda teve o caminho facilitado pela desistência de Vilela de concorrer na disputa. 

A cada eleição – portanto – Fernando Collor de reinventa: já foi aliado de primeira ordem de Lula e Dilma Rousseff – ambos do PT – quando tentou voltar ao governo estadual; votou pelo impeachment; deu declarações dúbias a respeito do atual presidente Jair Bolsonaro (sem partido) etc. A roupa da personagem que Collor veste depende das circunstâncias política.

Agora, Fernando Collor de Mello é o “descolado” das redes sociais. Desta forma, vai refazendo a sua imagem rumo às eleições de 2022. O foco de Collor – como ele mesmo responde aos internautas – é a reeleição ao Senado Federal. E aí, o senador do PROS avalia que seu maior rival é o governador Renan Filho. 

Eis aí a estratégia de Collor, se refazer com um bom marketing (como sempre fez), se enquadrar no contexto e nas circunstâncias e soltar frases e avaliações que pareçam espontâneas, mas que estão dentro de um tabuleiro de xadrez, no qual elogiar alguém é – ao mesmo tempo – alfinetar o seu principal rival. Porque, no bloco de Carnaval de Collor, no final das contas, só cabe ele. Então, a cada eleição ele compõe suas marchinhas no seguinte ritmo: o inimigo do meu inimigo pode ser meu amigo. 

Isso motiva Collor a fazer afagos no prefeito eleito João Henrique Caldas, o JHC (PSB), e na mesma tuitada alfineta o seu rival. 

É isso que fez Collor responder – no Instagram – que o deputado federal Arthur Lira (PP) é um excelente quadro para disputar o governo do Estado de Alagoas, ao ser indagado por um internauta. A dúvida é saber se o verdadeiro Collor, aquele que se encontra com o insubordinável do seu próprio ser quando não qualquer holofote por perto, tem a mesma opinião do “tio descolado” das redes sociais e em dia com a pós-modernidade. 

Claro, as opiniões do ser podem coincidir com as do personagem, mas nunca é demais lembrar: o Arthur Lira de agora pode ser o Renan Filho do passado para Collor, alguém que lhe possibilite o espaço de sua sobrevivência diante do rival que o ameaça.

É Collor sendo nada mais nada menos que Collor, o político cirurgicamente "prafrentex"

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