A covardia dos ratos da política (Ou: solidariedade à deputada Jó Pereira)

27/10/2020 12:36 - Blog do Vilar
Por Lula Vilar
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Já conversei algumas vezes com a deputada estadual Jó Pereira (MDB). Quem me acompanha aqui sabe que o que direi agora não é novidade: tenho uma série de divergências, no campo das ideias e do bom debate, com a parlamentar do MDB. 

São vários os ponto em que discordarmos. Todavia, há qualidades em Jó Pereira que sempre fiz questão de reconhecer: a coragem de expor o que pensa de forma cristalina e o fato de estudar os temas que aborda, buscando a honestidade intelectual necessária para a defesa de seus pontos de vista. 

Ela é uma das parlamentares que enriquece o debate público na Casa de Tavares Bastos quando faz uso da tribuna. Isso – infelizmente – é algo raro naquela Casa. Para se ter ideia, só enxergo isso em outros quatro deputados: Davi Maia (Democratas), Cabo Bebeto (PTC), Bruno Toledo (PROS) e Cibele Moura (PSDB), em maior ou menor grau. E dizer isso não é concordar com eles, mas reconhecer que promovem o debate.

Retornando a Jó Pereira, essa qualidade faz com que ela cumpra um papel fundamental no parlamento, além de – mesmo estando no MDB – servir de contraponto e fiscalizar ações do Executivo, como ocorreu no caso da aplicação dos recursos do Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza (Fecoep). 

Então, caros leitores, é possível discordar ou concordar com Jó Pereira seja na atuação parlamentar ou até mesmo nas escolhas que faz em relação aos apoios políticos. Mas é preciso fazer isso com substância e respeito. 

Infelizmente, na política alagoana, sobretudo em épocas eleitorais, os covardes se multiplicam sem mostrarem os rostos. São ratos anônimos no esgoto da política alagoana cumprindo missões dos patrões que marcam em suas testas as iniciais do dono, feito gado. E digo isso sem querer ofender os ratos e os gados. Afinal, é até maus tratos aos animais compará-los com essa espécie da fauna: os covardes.

De forma anônima, com conteúdos apócrifos, os ratos partem para destruir reputações com o intuito de destruir pessoas. Jó Pereira foi vítima dessa mesquinharia covarde, violenta e desprezível. E silenciar diante de uma injustiça contra quem quer que seja é deixar que o mal possa prevalecer sobre o todo. Logo, não é por discordar da emedebista na maioria das pautas que eu silenciaria. Já cansei de usar esse espaço para defender pessoas das quais discordo totalmente, mas que vi vítimas das piores injustiças motivadas seja lá por quais razões.

O mal muitas vezes nem precisa de uma razão. A razão é apenas a desculpa de onde exala o odor do enxofre de seus instintos. Não raro, ele se lambuza e ri do que não compreende, pois não possui qualquer empatia pelo próximo. Só enxerga a sua frente o que deseja conquistar custe o que custar. No caso em tela, o poder político. Em grau maior, esse mal debelado que visa o poder a todo custo conquistou um feito histórico: o inferno. 

Como diz o pensador conservador Edmund Burke (uma das minhas referências), para que o mal triunfe basta o silêncio dos bons. Por isso, creio que os covardes devem ser expostos e nominados pelo que são: covardes, ratos, medíocres, hipócritas, vagabundos, bandidos. Palavras devem ser usadas na medida em que nominam exatamente o que as coisas são. Concordo com o filósofo Olavo de Carvalho quando ele afirma que moderação na defesa da verdade é serviço prestado a mentira. Por essa razão, nomino os imbecis de imbecis, os covardes de covardes, os malignos de malignos. Sem tergiversar. 

Portanto, xingar a maldade é dever! E que nunca pensemos em poupar os adjetivos, pois é necessário dar a ela as cores que de fato possuem. Um sujeito que explora a dor de uma mãe que perdeu seus filhos – seja ele quem for! – é um crápula, um escoto, um lixo humano e, por ele, devemos orar para que se arrependa e deixe a condição na qual se encontra. Pois, sabedor de sua escrotice opta ainda pelo anonimato para tentar não pagar por seu pecado perante os homens. Nada mais escroto que isso, não é? Mas não se engane, o que se esconde dos homens, Deus enxerga.

“Ah, mas e se o sujeito for ateu”, dirão os pós-moderninhos que se incomodam com o nome de Deus em qualquer texto. Eu respondo: “Meu filho, Deus não precisa que você acredite Nele para que Ele possa existir”. A Justiça também chega aos covardes.

Como pontua o dramaturgo William Shakespeare, “os covardes morrem várias vezes antes de suas mortes”. Ele sentencia que esses seres – por mais que busquem o poder, por mais que se refastelem em suas mentiras e no banquete da podridão que só expõe o que vai dentro de seus corações e almas – são zumbis, idiotas úteis que são idiotas demais para entenderem o quanto são úteis ao pior dos carrascos: o demônio, seres que vivem nas sombras, estúpidos incapazes de terem vida própria por serem marionetes de interesses nefastos. Na incapacidade do combate justo, aderem a todo tipo de golpe. Porém, revelam mais de si mesmos, em suas ações nefastas, do que dos alvos que atacam.

A deputada estadual Jó Pereira tem sido exposta de forma cruel. Estão explorando uma tragédia pessoal que envolve a sua intimidade e dores que qualquer pessoa que ame seus filhos pode imaginar. E o objetivo – a meu ver – não é atingir apenas a parlamentar, mas o seu grupo político. O que torna a coisa ainda pior.

Eu tenho divergências com os grupos políticos de Alagoas que fazem do interior do Estado redutos eleitorais, oligárquicos, comandado por lideranças que sempre visam ampliar domínios. Essa crítica faço a todos os grupos políticos do Estado, desde o calheirismo até mesmo aos Pereiras, pois vejo nisso algo que impede que a própria política se renove. Logo, tenho ressalvas a atuação dos Pereiras no interior, assim como tenho a dos Liras, a dos Calheiros, e de tantos outros. Não se trata dessa questão, portanto.

Mas vejam a diferença: eu sou CAPAZ de criticar isso, de dizer isso cara a cara com Jó Pereira (como já disse), mas respeitando a parlamentar, assim como mantenho o respeito por qualquer outro. Em alguns casos, além do respeito, a admiração das qualidades que são reconhecíveis. 

Não é essa crítica que está sendo feita. Não é o debate político que está sendo construído. Não é o futuro de cidades que estão em debate. Jó Pereira está sendo vítima de uma violência que tem aspectos misóginos, inclusive. Eu sou solidário a deputada estadual. Espero, inclusive, que a Justiça possa identificar e punir os responsáveis pelo ataque feito. Que esses também paguem á Justiça dos homens.

Trata-se aqui de um perverso vídeo que tem circulado pelas redes sociais insinuando que a deputada estadual teria provocado um aborto e isso é, simplesmente, mentira. E óbvio que teria que ser algo anônimo, o que é típico dos, repito, covardes. Pior é que usam disso para atingir as campanhas políticas de pessoas ligadas a Jó Pereira, como seu irmão, que é candidato em São Miguel dos Campos.

Os pusilânimes anônimos resgatam um episódio doloroso da vida privada da deputada estadual, que perdeu dois bebês de forma espontânea (uma dor que só as mães podem explicar), e a obrigam a reviver essa mesma dor com o agravante de uma nova dor provocada pelas mentiras mesquinhas. É a prova viva de que tudo se espera dessa gente podre que pensa no “poder pelo poder”.

Mesmo na dor, Jó Pereira mostrou a diferença entre os covardes e os corajosos. Expôs o que passou na tribuna do parlamento estadual refletindo sobre como o fato vivido por ela pode ser exemplo de força para outras famílias. Se os covardes queriam destruir Jó Pereira, ela conseguiu dar uma lição ao respondê-los. Pena que os burros dificilmente aprendem lições, pois determinadas mesquinharias que se creem espertas são, na realidade, forças obscuras que corroem o cérebro e fazem de humanos ratos, com perdão aos ratos pela metáfora. Porém, não encontrei outra...

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