Almeida: “Ofereceram a SMTT e a Saúde para que eu fosse retirado da disputa. Se disserem que estou mentindo, apresento as provas”

26/10/2020 10:09 - Blog do Vilar
Por Lula Vilar
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O candidato à Prefeitura de Maceió, o ex-prefeito Cícero Almeida (Democracia Cristã), frisou – em uma entrevista concedida ao Movimento Brasil (MBR) – que um de seus primeiros atos, caso seja eleito, é sair do próprio partido. O motivo? Almeida diz que a diretório estadual do Democracia Cristã teria negociado a sua candidatura com a chapa encabeçada pelo deputado federal e também candidato a prefeito, João Henrique Caldas, o JHC (PSB).

O candidato do Democracia Cristã já havia falado sobre o assunto quando o partido divulgou sua suposta desistência. JHC classificou, na época, as falas de Almeida como falaciosas e o DC também desmentiu o seu próprio candidato, afirmando que esse já pensava em desistir. Na entrevista ao Democracia em Debate, promovido pelo MBR, Cícero Almeida voltou ao tema, falou de detalhes, e disse ter provas da suposta negociação. 

De acordo com Almeida, foram ofertadas ao Democracia Cristã duas futuras secretarias – em caso de vitória de JHC – para que a candidatura do ex-prefeito fosse retirada do pleito. Cícero Almeida narrou o episódio durante a entrevista, inclusive frisando que encontrou o candidato do PSB no prédio de escritórios onde fica a sede do DC. 

“Ofereceram a SMTT e a Secretaria de Saúde ao meu partido para que eu fosse retirado da disputa”, colocou Cícero Almeida. Segundo ele, houve até uma comemoração com o diretório estadual de seu partido, na qual um dos dirigentes teria elogiado JHC e o chamado de “meu sobrinho”. “Eu quero que o JHC diga que eu estou mentindo, porque aí eu apresento as provas. Eu tenho todas as provas”, colocou. 

Na entrevista, Almeida não mostrou qualquer tipo de documentação que comprovasse o que ele diz. Ele narra que “nunca” teve “grau de intimidade com o atual presidente estadual (da legenda)”. “Cheguei a ele através do meu querido, e vou continuar chamado de ‘meu querido’, amigo, que eu tenho como irmão, e hoje ele não me tem mais, não sei por que, que é o Marx Palmeira. Foi ele o principal motivador. Se eu ganhar essa eleição, eu quero no dia da posse dedicar a ele que deveria estar com a gente aqui hoje”, colocou ainda Almeida. 

Ao falar do Democracia Cristã, Almeida disse que o dirigente estadual do partido “costuma fazer isso a cada ano, negociando partido por cargo político. Então, em quatro anos ele está no gabinete do senador Renan Calheiros (MDB), depois no gabinete do ex-presidente Fernando Collor (PROS), enfim...era de quem ele (o presidente do partido) falava”.

Cícero Almeida diz que as negociações em torno de uma existência se iniciaram quando saiu uma pesquisa em que ele tinha 15% das intenções de voto. “Houve um desinteresse partindo do presidente estadual, motivando o presidente municipal de que eu deveria renunciar a candidatura. Foi feita uma lavagem cerebral no Cícero Almeida, em outras pessoas amigas minhas, com uma série de situações, até certo ponto temerosas, para que eu não fosse candidato”. 

“Em uma das reuniões, eu saí da sala e no entendimento deles (dirigentes do Democracia Cristã) estava tudo resolvido e o Cícero Almeida não era mais candidato, ao ponto deles prepararem uma renúncia (...) Quando eu saio da porta da sala 408 do Norcon, eu encontro o menino jovem, que deve ter um futuro brilhante pela gente, mas acho que na Prefeitura Municipal de Maceió ainda não: o JHC. Estava ele e mais dois companheiros”, acusou ainda o ex-prefeito. 

Para Almeida, o grupo político adversário foi negociar sua candidatura. “Não sei se foi oferecida alguma quantia em dinheiro para que eu renunciasse”, disse ainda o candidato do Democracia Cristã. Cícero Almeida disse que avisou ao presidente estadual e municipal de que não assinaria a renúncia. “Seria covarde de minha parte, com quem não vota em mim, e com o deputado estadual Antônio Albuquerque”, finalizou. 

JHC

Da primeira vez em que esse assunto foi citado por Almeida, João Henrique Caldas, o JHC, negou todas as acusações. O candidato do PSB frisou que uma saída do candidato do Democracia Cristã só beneficiaria ao também candidato Davi Davino (Progressistas). 

João Henrique Caldas classifica as declarações de Almeida como “infundadas” e “imaginativas”. 

O MBR está fazendo convites a todos os candidato para que sejam sabatinados pelo Movimento. Nessa segunda-feira, o MBR conversa com Corintho Campelo (PMN). 

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