Rede social. Nunca duas palavrinhas como essas aí atrás causaram tanto barulho, tanta revolução numa campanha eleitoral. Pode até parecer meio exagerado esse enunciado, mas não está muito longe da realidade. Pelo contrário. Não estamos numa estreia, é verdade, afinal redes sociais estão na vida das eleições já nos últimos anos. Ocorre que este é um tempo das transformações fulminantes, meteóricas, radicais. E a rede social não para de mudar, de ampliar seu alcance, de influir de modo devastador em qualquer realidade.

A eleição de Donald Trump nos Estados Unidos em 2016. A eleição de Jair Bolsonaro em 2018. Eis dois fenômenos que provam o quanto a comunicação virtual, a interação, o alcance de contatos, a rapidez na distribuição de informações, tudo isso enfim, em proporções gigantescas, já alterou o processo de uma eleição. Se der a lógica, parte substancial do que virá ao longo da campanha terá tido como vetores principais as formas, as cores e os sons das redes sociais.

A atenção dos candidatos e marqueteiros de campanha nunca esteve tão voltada para o mundo virtual. É com a troca de informação e com a interatividade que os caras estão mais preocupados. Todos estão de olho na quantidade de gente que compartilha suas mensagens. Todos querem saber o alcance da declaração, do gesto, da opinião forte sobre isso e aquilo.

No coração das campanhas – nos comitês e agências de publicidade – vê-se que o investimento é pesado na produção de conteúdo para rede social. Isso significa uma equipe maior do que outros núcleos de atuação. Nesse time, predomina a “garotada” que já nasceu com a era digital. Claro que isso não é um requisito, mas é a paisagem que se constata na realidade.

Uma das vantagens da atuação online é o ilimitado campo de aplicação de uma ideia. Não há horários, medidas proibitivas ou restrição de linguagem. De forma superficial, digamos que se você não abusar ostensivamente de nada, em nenhum sentido e de nenhuma forma, o terreno para criação é de uma fertilidade inesgotável. É aí que uma campanha pode sim encontrar a chave para uma travessia de sucesso.

Agora, rede social não faz milagre. O bom e velho conteúdo da mensagem precisa convencer. Um texto eficiente, com clareza, lógica e objetividade, sempre foi e continuará sendo o X do parangolé. Se nesse quesito a largada acontecer nos conformes, uma tacada certeira via Instagram ou WhatsApp, por exemplo, tem tudo para acertar no alvo.  

Como dizia aquele antigo clichê do século 20, a internet mudou tudo para sempre. As redes sociais trataram de transformar essa mudança numa revolução permanente, sem fim, com uma novidade a cada esquina, a cada respiração, a cada clique. As campanhas eleitorais não apenas entenderam isso como tratam essa esfera quase como um altar de um ser santo, divino, milagreiro.