O Cada Minuto Entrevista desta semana conversou com a ex-reitora da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) Valéria Correia que atualmente é pré-candidata ao cargo de prefeita de Maceió pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), após a desistência de Basile. 

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Durante o bate papo, Valéria afirmou que “o gestor tem que ter compromisso com o recurso público” e destacou inúmera formas de trabalhar com transparência. Ainda na entrevista, a professora do curso de Serviço Social comentou sobre a conjuntura eleitoral da cidade e os projetos futuros para capital. 

Confira a entrevista completa: 

Diversos partidos de esquerda estão separados, acredita que poderia haver uma junção na tentativa de fortalecer?

Eu avalio muito positivamente, penso que os setores progressistas da sociedade frente essa conjuntura nacional e também local precisariam estar juntos. Eu não era candidata até uma semana e meia atrás, porque eu estava apostando nessa possibilidade de articulação. Houve essa tentativa, mas não se conseguiu. Eu penso que frente a todo esse processo de ataque a democracia e a própria censura imprensa, essa realidade de destruição do meio ambiente, é muito propício para os setores progressistas comprometidos com a Constituição de 1988, com a democracia, se articulassem, mas não ocorreu. Acho que houve tentativas nesse sentido, mas não ocorreu, e frente a conjuntura, eu sou a candidata do PSOL. Resolvi aceitar e enfrentar esse desafio, frente inclusive a desistência do candidato do PDT, com essa aliança com o PSB. Penso que se houvesse essa articulação, não precisaria a gente sair, mas como não houve o PSOL se coloca como alternativa, na verdade eu, Valéria Correia, como alternativa esse cenário local, representando os setores progressistas da sociedade, o setor crítico da sociedade e o compromisso social com uma Maceió que precisa desse olhar, que precisa desse compromisso social e combinar desenvolvimento econômico com desenvolvimento social. 

Algumas junções como PT e PSL em Palmeira dos Índios e PSB e PDT estão sendo vistas na disputa. Como avalia isso?

Penso que é um pragmatismo político muito forte, nós discordamos desse tipo de aliança, eu falo em termos de partido, nós temos um perfil muito comprometido com as políticas sociais, com os direitos sociais, com os direitos humanos, é o perfil do nosso partido que tem 15 anos de existência, com princípios éticos e inclusive a ética na política, e esse também é o meu perfil como Valéria, a professora, também é comprometida com os direitos sociais, eu tenho uma história de vida antes de ser reitora, não só como professora, mas como defensora do SUS, da educação pública, do controle social, que me conhece também conhece minhas publicações, conhece o meu empenho no fortalecimento da participação social para controlar o poder público. 

Esse é um tema é que eu tenho duas publicações pela Fiocruz, que eu estudo. Está muito associada à minha prática profissional, a minha prática política, no sentido mais amplo da política Como gestora, eu assumir a universidade, que é o terceiro maior orçamento do estado e a maior instituição pública do estado, bastante difícil em uma época em que a gente vivenciou de janeiro de 2016 até janeiro de 2020, onde a gente vivenciou um golpe pela via parlamentar, depois só ataque as universidades, ao pensamento, a Ciência e ao pensamento crítico. Penso que nossa cidade precisa sim desse olhar, dessa opção e de desenvolvimento econômico, mas cuidando das pessoas, o desenvolvimento econômico combinado com desenvolvimento social. 

Essa divisão entre direita e esquerda no país, pode interferir no resultado das eleições municipais?

isso acontecerá, certamente, mas eu penso que a nossa candidatura ela vem numa posição crítica, mas propositiva, nós temos propostas reais pra mudar a vida de Maceió. A credibilidade da minha história, a credibilidade da minha gestão e as minhas mãos limpas, eu penso que é muito importante as mãos limpas, o compromisso com a participação social, de fato nós seremos alternativa pra Maceió.

Essa polarização pode ser, eu diria, tangenciada, porque além de direita ou esquerda, tem que pensar quem está se propondo, qual a vida dessa pessoa, onde ela estava anos antes, porque os discursos são muito bonitos, todos se dizem, mas vamos olhar a história de vida do candidato, onde esteve durante a sua vida inteira. Ser mulher nessa disputa para mim é muito importante, porque a gente tem uma cidade onde existe um alto índice de feminicídio, temos compromisso contra todas as formas de opressão. Esse ódio aos diferentes tem que ser enfrentado. Eu afirmo que o amor vencerá o ódio. Respeito aos diferentes tem que prevalecer, e o que eu estou falando, que estou me comprometendo não é nada que não exista na Constituição. Homofobia já passou a ser crime, racismo é crime, então trazer um jovem negro da periferia pra minha vice candidatura, é esse símbolo de que o negro, a negra e o povo preto têm que ter um lugar no poder.

Como você avalia a gestão do atual prefeito Rui Palmeira? 

Eu penso que faltou, que é o nosso olhar exatamente para a periferia, e aquele ponto também de combinar o desenvolvimento social com o desenvolvimento econômico, o apoio também ao desenvolvimento econômico para as médias e pequenas empresas que aqui geram empresa emprego e uma economia criativa. Eu avalio que em muitos aspectos as políticas sociais não foram priorizadas e essas políticas sociais no âmbito municipal precisam ser priorizadas. Houve uma desvalorização do Servidor Público e isso é imoral. O gestor público tem que ter compromisso com o recurso público e o estado social necessita existir. 

*Sob supervisão da editoria