"As ações do governo federal em relação à pandemia podem influenciar nas eleições municipais", avalia cientista político

23/09/2020 11:28 - Política
Por Ascom Direto da Província
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“O governo federal não soube conduzir a pandemia e no final das contas o que caiu no colo dos governadores e prefeitos foi à responsabilidade das tomadas de decisões. Isso vai influenciar diretamente as eleições deste ano”. Essa foi à avaliação do doutor em ciências politicas, Ranulfo Paranhos, durante mais uma edição do programa Direto da Província, apresentado pelo jornalista Luis Vilar, na noite desta terça-feira (22).

Para o professor Ranulfo, os eleitores responsabilizam mais os prefeitos e governadores do que o próprio governo federal em relação aos erros cometidos durante a pandemia. “O governo federal deveria ter sentado com gestores estaduais e criado um comportamento padronizado de ações. Os governadores, individualmente, tiveram que criar suas próprias ações e falta de assistência do Ministério da Saúde e as dificuldades com a liberação de verbas, geraram ainda mais transtornos a esses gestores, resultando na insatisfação dos eleitores”.

Ele menciona ainda que, nas campanhas eleitorais deste ano, é provável que os candidatos utilizem a pandemia para se beneficiarem de alguma forma. “Dependendo do posicionamento que se encontra o candidato, pró ou contra o governo federal, o discurso e a narrativa serão diferentes. A gente não sabe o quanto isso será vendido e comprado pelo eleitor”.

De acordo com Paranhos, outro ponto importante que influenciará diretamente nas eleições municipais são as medidas de financiamento ofertadas pelo governo federal. “Com o auxílio emergencial, famílias que não tinham renda nenhuma, passaram a receber R$ 1.200 reais... Isso resultou no crescimento da aprovação do Presidente da República nas regiões Norte e Nordeste e nas classes mais pobres e consequentemente essa aprovação poderá ser convertida em votos” pontuou.

Nas pesquisas de opinião, Bolsonaro aparece hoje melhor avaliado do que antes, superando o PT que tinha no nordeste um dos principais redutos eleitorais. Em função dessa boa avaliação, muitos candidatos tem evitado fazer criticas ao governo federal. O cientista politico explica que quando o governo é avaliado positivamente toda ação de qualquer candidato é feita com função única de capitalizar votos, mas que é preciso ficar atento com a instabilidade do presidente.

“Se tratando de Bolsonaro é sempre uma variável. Quando o candidato tenta se aliar a um nome como o do Presidente da República, tem que ir ciente do auto risco. O presidente pode acordar bem avaliado, falar alguma coisa que não agrade e ser mal avaliado no final do dia”.

Quanto ao apoio presidencial nas eleições de Alagoas, Ranulfo explica que é preciso avaliar do ponto de vista matemático o que o estado de Alagoas representa para as eleições nacionais. “O estado tem uma média baixa do eleitorado nacional... Apenas 2,7% e em Maceió esse número é ainda menor. Não seria interessante desprender estrutura e energia do Presidente da República para prestar apoio a candidatos em colégios eleitorais pequenos”, avaliou.

Alianças eleitorais

Avaliando as alianças eleitorais formadas em Maceió entre os PSB e PDT, Ranulfo explica que a união entre JHC e Ronaldo Lessa “é uma tentativa de montar uma aliança entre os dois partidos a nível nacional e fortalecer as duas legendas para que sejam replicadas em 2022 com o Ciro Gomes para Presidência da República”.

Em relação à desistência da candidatura de Ronaldo Lessa (PDT), que disputaria a prefeitura da Capital e agora passa a ser vice de JHC, Paranhos ressalta que “apesar da marca ‘Ronaldo Lessa’ ser extremamente importante para o estado de Alagoas, o atual partido do ex-governador do estado não teria tanta estrutura para entrar em uma eleição tão competitiva como será a deste ano em Maceió”, finalizou.

 

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