Com Almeida, JHC e Alfredo empatam; Sem Almeida, JHC abre vantagem. Candidatura de ex-prefeito altera cenário...

14/09/2020 17:58 - Blog do Vilar
Por Lula Vilar
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No dia 9 de setembro, o ex-governador e ex-deputado federal Ronaldo Lessa (PDT) desistia de sua pré-candidatura à Prefeitura de Maceió para apoiar o deputado federal e pré-candidato a prefeito João Henrique Caldas, o JHC (PSB).

Hoje, dia 14, uma pesquisa eleitoral (registrada), pelo Data Sensus, divulgou os números da intenção de votos já simulando um cenário sem a presença de Lessa. Portanto, levando em consideração a aliança entre o PSB e o PDT.

A pesquisa do Data Sensus foi divulgada, com exclusividade, pelo jornalista Edivaldo Júnior, em seu blog no Gazetaweb. Lá o leitor poderá ler na íntegra. De acordo com a matéria do blog do jornalista, o levantamento foi feito em 12 de setembro. Portanto, após aliança divulgada entre Lessa e JHC.

A saída de Lessa do cenário – que chegou a figurar em pesquisas passadas como terceiro ou quarto colocado – teria impacto, evidentemente. Todavia, não foi o suficiente para fazer JHC crescer. Sem Lessa ou com Lessa, para JHC a eleição segue a mesma.

A presença de Ronaldo Lessa na chapa pode até ser um dificultador, pois faz com que JHC perca dois discursos: 1) de ser o “novo” na política, uma vez que Lessa já foi aliado de seus dois principais rivais: o prefeito Rui Palmeira (sem partido) e o governador Renan Filho (MDB); e 2) de qualquer possibilidade de aproximação com fiéis eleitores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Qual o impacto disso na pesquisa? JHC ganha pouco com a aliança. Ambos apenas atendem a um projeto nacional.

Agora, pelos dois cenários “desenhados” pela pesquisa, um fator que impacta é a presença de Cícero Almeida (PSDC), mesmo diante do fato dele não ser um dos líderes da corrida eleitoral.

Do jeito que está, se as eleições fossem hoje e se a pesquisa estiver correta, Almeida define o segundo turno, mas sem a presença dele mesmo, já que os candidatos que iriam para a disputa seriam JHC e Alfredo Gaspar, chegando lá praticamente empatados.

Pelo que se observa dos cenários pesquisados – portanto – é que a saída de Lessa conjugada com a entrada do ex-prefeito de Maceió e ex-deputado federal Cícero Almeida (PSDC) no pleito, prejudica JHC.

Vejamos: Almeida anunciou sua pré-candidatura tendo o apoio do deputado estadual Antônio Albuquerque (PTB). O levantamento do Data Sensus traz o seguinte resultado: JHC tem 23%, Alfredo Gaspar tem 20%, Cícero Almeida tem 15%, Davi Davino tem 10%, Ricardo Barbosa (PT) tem 2% e Lenilda Luna (UP) tem 1%.

Sem Almeida no páreo, JHC sai do empate técnico e abre vantagem em relação a Alfredo Gaspar de Mendonça. Observemos o segundo cenário: JHC sobe para 33% e Alfredo Gaspar fica com 23%. Davi Davino fica com 18%.

Logo, a candidatura de Cícero Almeida – caso os números do Data Sensus estejam corretos, repito! – parece ser um fator determinante. Mais determinante, inclusive, que o fato da união entre JHC e Lessa ter jogado a candidatura do deputado federal para a esquerda de vez, já que a composição entre o PSB e o PDT faz parte de um projeto nacional de oposição ao presidente, como já pontuado.

O Data Sensus ouviu 1.205 eleitores e tem margem de erro de 2,83%.

Os espectros políticos das chapas – se mais à direita ou à esquerda – parece não impactar tanto, mesmo diante da boa aprovação de Jair Bolsonaro em Maceió. Afinal, o candidato que mais se aproxima da visão de mundo de Bolsonaro, Josan Leite (Patriotas), não apareceu sequer com 1%. Se esses espectros farão diferença ao longo da campanha, aí é outra história.

Afinal, pesquisa eleitoral é retrato de momento. Com o início da campanha propriamente dita, com os discursos nas ruas, as estratégias de marketing etc, tudo muda. Os números de agora só mostram quem ganha e quem perde com a largada.

O fato é que hoje – levando em consideração os números divulgados por Edivaldo Júnior – é Cícero Almeida que bagunça o coreto de JHC e ajuda, ainda que sem querer, Alfredo Gaspar de Mendonça a fazer uma largada melhor do que a que era esperada pelo emedebista. Não tenham dúvida disso...

Evidentemente que Almeida está na disputa na busca pela vitória, assim como os outros. Porém, pela mesma pesquisa, o candidato do PSDC tem um imenso desafio para sair da posição onde se encontra: o índice de rejeição.

Segundo o mesmo Data Sensus, Almeida é o mais rejeitado com 36,3%. Os demais são Ricardo Barbosa, com 5,4%; Alfredo Gaspar (5,2%); JHC (4,3%); Davi Davino (4,1%), Cícero Filho (3%); Lenilda Luna (2,9%); Corintho Campelo do PMN (2,2%); Ricardinho Santa Rita do Avante (1,4%), Josan Leite com 1,2%; e 34% não sabe.

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