No dia de ontem, 7 de setembro, o Patriotas lançou oficialmente a candidatura de Josan Leite à Prefeitura de Maceió. Em uma chapa “puro sangue”, Leite terá ao seu lado – como vice na chapa – a advogada Inês Falcão.
O engenheiro-civil disputou o governo do Estado de Alagoas, em 2018, pelo PSL. Na época, a legenda do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido). Em uma eleição atípica, Josan Leite conseguiu 11,03% dos votos. O atual governador Renan Filho (MDB) foi eleito em primeiro turno com mais de 77% do eleitorado.
O desafio de Leite, no atual cenário, é bem maior. A eleição pela Prefeitura de Maceió se mostra bem mais disputada e com, pelo menos, três nomes que lideram as intenções de voto. Alcançar dois dígitos nesse processo será uma tarefa hercúlea.
Porém, Leite traça estratégias que são visíveis em seu discurso: 1) se mostrar com um técnico que fala em modernização e desburocratização da gestão, colocando isso como algo acima da dicotomia “esquerda x direita”; 2) mas, ao mesmo tempo, deixar claro que é o único candidato de direita no pleito, para conquistar essa parcela do eleitorado que apoia o presidente Jair Bolsonaro; e 3) diante disso, associar sua imagem a Bolsonaro e às cores verde e amarelo como símbolo de patriotismo, que foi um dos motes da campanha do presidente.
Leite é oriundo dos movimentos de rua que pediram o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Ele foi um dos líderes dessas manifestações. Agora, diante do cenário posto, Josan Leite busca resgatar essa biografia para tentar crescer nas pesquisas eleitorais.
Em suas falas, o candidato do Patriotas também tenta “desconstruir” as associações de outros postulantes ao cargo com Bolsonaro, como a ligação entre o deputado federal Arthur Lira (PP) e o presidente da República, que acaba refletindo na candidatura do deputado estadual Davi Davino (PP).
O mesmo é feito em relação ao pré-candidato e deputado federal João Henrique Caldas, o JHC (PSB). JHC tem uma relação de proximidade com o deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidente. Leite lembra que o partido de Caldas é oposição ferrenha a Bolsonaro.
Com a decisão de Jair Bolsonaro, de não se envolver no processo eleitoral no primeiro turno, não hipotecando apoio a ninguém, surge uma dificuldade a mais para o candidato do Patriotas, que aposta na boa avaliação que o presidente vem tendo no Nordeste, incluindo em Alagoas. Uma das últimas pesquisas que mediram a popularidade de Bolsonaro em Maceió, por exemplo, apontou 62% de aprovação.
A transferência pensada por Josan Leite não é tão simples. Afinal, ainda que surta efeito, não é garantia de que o alavanque ao ponto de colocá-lo em posição semelhante ao que ocorreu em 2018. Até porque a história da eleição é outra. Porém, o engenheiro se mostra confiante e assume o discurso da “nova política”, do Davi contra os “Golias” do xadrez político alagoano.
Esse foi – por sinal – o clima da convenção do Patriotas, ocorrida no dia de ontem.
Sobre a chapa puro sangue, Josan Leite diz que o Patriotas “tinha no partido uma mulher honrada”. “Uma pessoa que representa nossos ideais e nossa luta. Além de ser uma pessoa engajada conosco nos movimentos de rua e na nossa candidatura anterior”, salientou o candidato.
Indagado sobre o que pensa para a gestão da cidade, Leite afirma: “Estamos continuando nos estudos sobre problemas e soluções para Maceió, além dos contatos e reuniões com lideranças e populares”.
O Patriotas vai para a disputa com nove candidatos ao cargo de vereador. “Todos novos na política, todos trabalhadores honrados de nossa sociedade. Nossa chapa de vereadores representa nosso povo honrado, simples e trabalhador”, finaliza.