A ausência de políticas públicas direcionadas aos jovens pode ser o reflexo da baixa adesão nestas eleições municipais de 2020, onde o número de eleitores maiores de 16 anos tem sido mais baixo do que foi registrado nos anos anteriores.
Para a cientista política, Luciana Santana, apesar de a política ser permanente na vida das pessoas e sermos seres políticos por essência, a política eleitoral, partidário e de governo ainda é muito distante da população como um todo.
“As decisões ocorrem sem muita interação com as pessoas. Há ausência de políticas públicas mais direcionadas para jovens, consequentemente os incentivos e estímulos para tomar uma decisão são baixos. A meu ver, a situação deveria ser outra, por causa dos problemas políticos observados, os jovens deveriam se engajar mais para conseguirem mudança nesse cenário”, colocou ela.
Em sua análise, ela acrescenta que torna-se necessário maior interlocução entre jovens e a classe política. “Um caminho é acompanhar permanentemente mandatos, fiscalizar e cobrar cumprimento de políticas voltadas para jovens, bem como para toda população”, completou Luciana.
O que diz a juventude
O jovem, Igor Moura, estudante de Direito de uma universidade particular, em Maceió, contou à reportagem que sempre acompanha o cenário político e disse que há uma falta de estímulo para que o jovem possa ir exercer a democracia.
“Hoje tenho 22 anos, mas desde os meus 16 que tenho meu título, pois sempre tive vontade de ter voz ativa nas decisões do meu país, estado ou cidade, mas posso dizer que sou um ponto fora da curva, isso é algo raro”, disse.
Questionado sobre a quais fatores ele atribui isso, Igor pontuou que é algo muito mais complexo do que o simples ato de ir votar aos 16 anos, antes da idade obrigatória, conforme determina o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“É uma questão muito cultural, as pessoas meio que já crescem sabendo que política não se discute e que eles só aparecem de quatro em quatro anos e não é bem assim, você vota, mas você também tem que fazer seu dever de casa que é acompanhar, mas como temos boa parte dos eleitores como integrantes da massa, são poucos os que se quer sabem o papel de um legislador”, finalizou.