“A economia alagoana está funcionando sobre um ‘colchão’ de ajuda do Governo Federal”, avaliou o doutor em economia, Cícero Péricles de Carvalho, na noite desta terça-feira (1), durante mais um programa do Direto da Província, apresentado pelo jornalista Luís Vilar e transmitido pelo instagram do Portal CadaMinuto (portalcadamin). 

  Segundo o economista, a oferta dos programas econômicos e das várias medidas emergenciais possibilitou um aumento de ganho mensal das famílias e manutenção de alguns serviços. “Essa renda está influenciando diretamente no consumo básico como alimentação, remédios e manutenção de serviços essenciais, o que ajudou a manter aberto pequenos negócios e comércios de bairros, principalmente no interior do Estado”.  

 Para Pericles, “o colchão’ de ajuda do Governo Federal” é uma situação atípica que deverá ser modificada a partir da retirada dos auxílios ofertados pelo governo federal e que para isso é necessário planejamento. “O problema está mais à frente, no período pós-epidemia, quando esses mecanismos forem suspensos. É necessário que haja preocupação e planejamento com a retirada dessa renda. Importante pensar que esses  cortes irão afetar fortemente a economia alagoana,” ressaltou.  

 Para o economista, Alagoas vive um período de “relativa normalidade econômica, sustentada pela intervenção federal, o adiantamento das duas parcelas do décimo terceiro e o pagamento dos servidores mantido em dia pelo Governo Estadual e a Prefeitura, gerando uma explosão de consumo e uma consequente quebra de isolamento social”.  

 Destacou ainda que o Estado já possuía características que prejudicam o desempenho econômico como a pobreza, desigualdade e a falta de capacidade de investimentos, o que dificulta uma retomada de forma ágil. “Provavelmente haverá mais cobranças no enfrentamento dos déficits sociais, do desemprego, da falta de oportunidade, e da necessidade de ampliação das políticas públicas. Esse talvez seja um dos maiores desafios na retomada da economia alagoana”, pontuou.  

 Péricles ressalta ainda que é fundamental a participação do setor empresarial e da Agência de Fomento de Alagoas (Desenvolve) nesse processo de planejamento e construção do pós-pandemia.