MDB e Democratas fora do Centrão pode representar dificuldades para planos de Arthur Lira

28/07/2020 09:13 - Blog do Vilar
Por redação
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A Saída do MDB e do Democratas do chamado “Centrão” pode trazer dificuldades para os planos de Arthur Lira (PP/AL) dentro do Congresso Nacional. Lira se aproximava do Palácio do Planalto e do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) visando as eleições internas da Câmara dos Deputados.

O parlamentar alagoano é visto como um forte candidato à presidência da Casa. Todavia, do outro lado, o atual presidente Rodrigo Maia (Democratas) também trabalha para ter seu sucessor.

O peso de Lira era a quantidade de votos que ele poderia trazer – em um acordo – para o presidente Bolsonaro na busca por aprovação de projetos importantes dentro da Câmara dos Deputados. O enfraquecimento do grupo pode – portanto – também representar o enfraquecimento de Arthur Lira.

A proximidade do deputado federal de Alagoas com Bolsonaro já tinha até reflexos nas eleições municipais de Maceió, já que se tinha a promessa do presidente poder apoiar o deputado estadual Davi Davino (PP) na disputa pela Prefeitura da capital alagoana.

O Centrão reunia 221 deputados. Logo, uma força importante para o Executivo aprovar as futuras reformas na Câmara dos Deputados, incluindo a Reforma Tributária. Arthur Lira seria o principal articulador desse processo. Agora, MDB e Democratas falam – como afirmou o deputado Efraim Filho (Democratas/PB) – em “carreiras autônomas”.

Porém, Efraim Filho diz que a decisão de afastamento do Democratas e do MDB não se deu por conta da sucessão de Rodrigo Maia, sendo isso um efeito colateral (na visão desse parlamentar) e não a causa. Será? O fato é que a posição de líder informal, que era ocupada por Arthur Lira, passa a ser esvaziada.

Nos bastidores políticos, os líderes das legendas confessam que se sentiam incomodados com a concentração de poderes nas mãos de Lira. O deputado federal alagoano – entretanto – classifica o fim do bloco como “natural”, pois era previsível diante da distribuição dos colegiados na Casa com a finalidade de ocupar os cargos de comissões.

Lira – em outras palavras – negou a concentração de poder e diz que o Centrão existiu para votar o orçamento e por isso se desfez. Ele ressaltou que a saída do Democratas e do MDB poderia ter ocorrido em março, mas isso não se deu em função da pandemia. O Centrão agora fica com 158 parlamentares, mas ainda pode perder nomes do PTB e do PSL.

A Câmara dos Deputados pode se tornar um ambiente mais difícil para o presidente Jair Bolsonaro, já que o surgimento de blocos menores vai requerer mais articulação para a aprovação de pautas consideradas importantes, como os projetos do ministro da Economia, Paulo Guedes.

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