Alagoas é como o terceiro estado com menos custodiados contaminados pela covid-19, totalizando 0,9% da população atual de presos recolhidos nas unidades prisionais, de acordo com o mais recente boletim informativo do Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas do Conselho Nacional de Justiça (DMF/CNJ), divulgado esta semana.

São 44 reeducandos infectados e 11 casos suspeitos. Porém, a assistência ofertada pelos profissionais de saúde do sistema prisional põe Alagoas entre os sete estados que não registram óbito de nenhum reeducando por coronavírus. Já entre os servidores, são 125 casos confirmados, 292 descartados e outros 31 sob investigação, além de três óbitos.

Mas as medidas adotadas pela Secretaria da Ressocialização e Inclusão Social (Seris) para combater o avanço da pandemia têm surtido efeito, como demonstrado no levantamento do CNJ. Afinal, já são 42 os reeducandos que, submetidos a tratamento no hospital de campanha do sistema prisional, conseguiram se recuperar da doença, refletindo, assim, o empenho da secretaria em preservar vidas, como atesta o titular da Seris, coronel PM Marcos Sérgio de Freitas.

“Vamos seguir sempre com muita cautela. Infelizmente, colegas de outros estados demoraram a agir e não conseguiram evitar o avanço da Covid-19 nas penitenciárias. Em Alagoas, perdemos três servidores para o vírus, mas não temos registro de óbito entre os custodiados, e isso é fruto do trabalho que vem sendo feito no sentido de resguardar a saúde de todos”, avalia o secretário, destacando ações como a higienização contínua de todas as unidades prisionais e a distribuição regular de máscaras e álcool 70%.

Some-se a isso o cuidado também dispensado ao preso desde o momento em que ingressa no sistema prisional. Quando apresenta sintomas de síndrome gripal, sendo ao menos um respiratório, o reeducando é imediatamente isolado por 14 dias, conforme protocolo de prevenção ao coronavírus.

Ele então é submetido a dois testes, um que detecta se está contaminado e outro que revela se já teve a Covid-19. Após o período de isolamento, o reeducando é avaliado por uma equipe multidisciplinar composta, inclusive, por médico infectologista, que decide se o apenado deve continuar no hospital de campanha ou retornar para a unidade de origem.

Com capacidade para receber até 34 pacientes, o hospital foi instalado nas dependências do antigo Presídio Feminino Santa Luzia e já passa por reforma para, em breve, ganhar mais 30 vagas. Já são cerca de 400 atendimentos mensais.

A Seris vai implantar, ainda, uma barreira sanitária para auxiliar os profissionais de saúde na medição de temperatura de servidores, advogados, familiares de reeducandos e demais pessoas com acesso autorizado ao sistema, o que irá permitir a retomada gradativa e segura de rotinas carcerárias que precisaram ser suspensas em função da pandemia, a exemplo das visitas.

*com Assessoria