Para 79,9% dos micro e pequenos empreendedores de Alagoas ouvidos em uma pesquisa sobre o impacto da pandemia nos pequenos negócios, o faturamento foi reduzido neste período. O levantamento, feito pelo Sistema Sebrae, com a colaboração da Fundação Getúlio Vargas (FGV), revelou também o aumento no número de negócios que estão se adaptando ao uso de ferramentas digitais.
Em Alagoas, a pesquisa - que ocorreu entre os dias 25 e 30 de junho - contou com a colaboração de 85 micro e pequenas empresas. Dos empresários ouvidos, 45% disseram que adotaram a redução de jornada de trabalho e de salário dos funcionários e 39% tiveram de suspender contratos de trabalho.
63% dos empresários informaram que o negócio está funcionando, mas com mudanças em razão da pandemia. Além disso, 51% das micro e pequenas empresas estão utilizando ferramentas digitais, como site e aplicativos, para manter o funcionamento. Conforme o levantamento, as ferramentas digitais mais utilizadas pelas micro e pequenas empresas de Alagoas, para a venda de produtos e serviços, são o WhatsApp (96%) e o Instagram (67,6%).
Ainda conforme a pesquisa, 43% dos entrevistados informaram que estão endividados e com dívidas atrasadas, porém 60% deles ainda não solicitaram empréstimo bancário neste período. Para 58% dos que chegaram a fazer a solicitação de empréstimo, o pedido não foi aceito.
A pesquisa mostrou, ainda, que 49% dos entrevistados disseram que conhecem e já estão implementando os protocolos de segurança definidos pelo poder público para o funcionamento seguro das atividades da empresa. Além disso, para os participantes, a normalização das atividades deve acontecer somente após um período de 13 meses.
Baixo acesso a crédito
Por meio da assessoria de Imprensa, O diretor técnico do Sebrae em Alagoas, Vinícius Lages, afirmou que as dificuldades de acesso ao crédito têm provocado um cenário ainda mais crítico para os pequenos negócios do estado. "A pandemia provocou um duplo impacto na economia alagoana. Um de oferta, pela interdição de grande parte das atividades econômicas, e de demanda, pelo isolamento social, limitando os circuitos de consumo. Isso é refletido nos dados dessa última edição da pesquisa, que aponta para as dificuldades de acessar financiamento de forma a assegurar liquidez. Apenas 8% dos pequenos negócios tiveram acesso a crédito desde março, e isso é dramático", ressalta.
Brasil afora
A quinta edição da pesquisa online teve a participação de 6.470 empresários de todos os estados brasileiros e do Distrito Federal (DF). 57% dos entrevistados são Microempreendedores Individuais (MEIs), 38% administram Microempresas (ME) e 5% Empresas de Pequeno Porte (EPP). De acordo com os dados divulgados, a proporção de pequenos negócios que apresentam queda de faturamento caiu de 89% (resultado do primeiro levantamento) para 84%.
Além disso, a pesquisa também aponta que, durante um período de dois meses, 12% dos pequenos negócios passaram a funcionar no meio digital e que, em relação às medidas de quarentena (fechamento parcial) e de lockdown (fechamento total), a restrição da circulação de pessoas caiu de 63% (resultado do quarto levantamento) para 54%. As empresas participantes da quinta edição da pesquisa atuam nos setores da indústria, comércio, serviços, agropecuária e construção civil.
*Com Ascom Sebrae-AL