Após o governador Renan Filho (MDB), fazer o anúncio de que salões de beleza e barbearias, lojas de rua de até 400 m², templos, igrejas e demais instituições religiosas passam a ter seu funcionamento permitido a partir desta sexta-feira (03), a infectologista e gerente-médica do Hospital Escola Dr. Helvio Auto, Luciana Pacheco, classificou de maneira técnica, como “desnecessária” a liberação de templos religiosos, mesmo que eles comportem apenas 30% de sua capacidade permitida.
“Creio desnecessária a liberação de templos mesmo com 30% porque é difícil fazer essa vigilância e um público mais vulnerável, idosos, costumam frequentar missas e cultos. Então, como infectologista, recomendo muito cuidado às pessoas neste retorno”, disse a médica.
Além de mostrar de uma maneira mais ampla, que boa parte do público que frequenta os templos religiosos compõe o grupo de risco, Luciana destacou a importância da fé num momento tão delicado, mas enfatizou que existem outras formas de exercitá-la com segurança. “Deus chega às pessoas nas suas casas, a palavra chega através das missas e cultos online”, salientou.
A médica que é especialista em doenças infectocontagiosas entende que a sociedade não pode ficar isolada até que a vacina seja uma realidade, mas disse que ainda há motivos para se preocupar com a taxa de ocupação de leitos no estado e o avanço da doença no interior.
“As condições epidemiológicas devem ser avaliadas para orientar a estrutura do retorno como a taxa de ocupação hospitalar de leitos de UTI, que não deve ficar acima de 80% e a interiorização da doença preocupa muito pois muitos pacientes são encaminhados para Maceió”.
Questionada sobre quais riscos a flexibilização apresenta para Alagoas, com base no comportamento que a sociedade, apresentou nos últimos meses, Pacheco disse que mais casos e um isolamento social muito mais rígido poderá surgir.
“O maior risco é aumento de casos e de óbitos e consequentemente retorno a um fechamento mais rígido. Será preciso um esforço grande para acompanhar essa taxa e conscientizar a sociedade”, finalizou a médica.
Vale destacara que salões de beleza e barbearias, só podem funcionar com 50% de sua capacidade permitida e templos religiosos devem voltar a funcionar com 30%.
*Sob supervisão da editoria










