Baixíssima remuneração, falta de auxilio, comunicação, respeito e apoio por parte das empresas na qual eles prestam serviço. Essas, e dentre outras “demandas” fazem parte das incalculáveis reclamações de diversos entregadores que atuam na capital alagoana e executam entregas de comidas, através de duas grandes empresas que administram aplicativos no Brasil.
Mas é buscando reverter todas as insatisfações que atingem a categoria, ou pelo menos uma boa parte delas, que um movimento de entregadores no Brasil resolveu dar as mãos aos batalhadores que vivem essa “luta” e decidiram lutar por melhores condições de trabalho nos aplicativos.
O movimento tomou corpo em diversos estados e capitais, e em Maceió, não deverá ser diferente. Os entregadores devem paralisar as atividades e com isso, restaurantes e lanchonetes, que durante o período de cumprimento do decreto estadual, permanecem fechados, devem deixar de faturar, pois a única alternativa tem sido o delivery.
Ao Cada Minuto, um entregador que atua em um dos aplicativos disponíveis no Brasil, há pelo menos oito meses e que preferiu não se identificar, com medo de represálias, contou que o baixo valor das taxas de remuneração por quilometragem, a falta de apoio por parte das empresas, os bloqueios da atuação dos profissionais nas plataformas digitais, feitos de maneira indevida, sem justificativa e sem direito da ampla defesa tem feito com que a categoria tenha perdido a paciência de tentar dialogar com as empresas.
“Não há condições de trabalho, mas o que não falta é a incompreensão por parte dos clientes que não conhecem nossa rotina nas ruas. Tem app que não paga o deslocamento de onde o motoqueiro está, até o restaurante, onde será pego o alimento, com isso recebemos apenas o valor do trajeto restaurante/casa do cliente, e se a casa do cliente estiver entre 3,5 - 4km, o entregador só recebe o valor mínimo de 3,75”, disse o profissional.
O entregador também contou que por diversas vezes, os colegas que atuam no ramo, são bloqueados de utilizar a plataforma, e se quer possuem o direito de se defenderem. “A comunicação com um das empresas é muito ruim, se a gente enfrenta dificuldades para encontra a casa do cliente, o suporte do aplicativo passa mais de uma hora pra atender a nossa demanda, e a gente não pode esperar, o cliente tá em casa, esperando a comida, mas se isso acontece, a culpa sempre cai em cima da gente, o usuário reclama no aplicativo e ficamos impedidos de fazer entregas e de explicar o que houve”, desabafou.
Por fim, o profissional contou que nenhuma das empresas ofertam ajuda de custos para alimentação, nem para que possam realizar a manutenção dos veículos, que é uma das principais ferramentas de atuação. “O apoio é zero, não recebemos dinheiro para que possamos nos alimentarmos, nem para que possamos realizar manutenção. Aqueles que querem consegui uma quantia bacana no dia, deve enfrentar sol, chuva, demora em restaurante, incompreensão, desaforo de clientes e ser tratado pior do que um animal pelas empresas, para que no fim do dia, o pão possa ser posto na mesa”.
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