Covid-19: novo decreto de isolamento endurece fiscalização em Maceió e Arapiraca

20/05/2020 19:01 - Geral
Por Vanessa Alencar e Gabriela Flores
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Em pronunciamento feito pelas redes sociais, o governador Renan Filho anunciou, nesta quarta-feira, 20, o novo decreto emergencial de enfrentamento à pandemia de coronavírus em Alagoas, cuja validade se estende até o dia 31 de maio. O decreto será, em linhas gerais, o mesmo, mas mudará a abordagem da fiscalização nas áreas da região metropolitana de Maceió e Arapiraca, onde houve o maior aumento de casos.

O trabalho deverá ser feito em duas frentes: o governo vai ampliar os leitos e as pessoas precisam ficar em casa e só sair se necessário. Segundo ele, o prazo do isolamento social é essencial para a ampliação da rede hospitalar.

Renan Filho explicou que até o dia 31 de maio pode haver mudanças, se forem necessárias. Ele reforçou a lotação da rede de saúde, apesar dos esforços, “onde fomos de 180 UTIs e hoje estamos com mais 225 leitos, no entanto esse esforço não vai funcionar se aumentarem os números”.

A respeito da possibilidade de lockdown, Renan disse que não está descartado, mas não irá adotá-lo agora: “Estou me esforçando para dar conta do tamanho da pandemia, mas estamos deixando as medidas extremas para o momento extremo”.

O chefe do Poder Executivo prosseguiu relatando que hoje falou ao telefone com o presidente Jair Bolsonaro e o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello para explicar que Alagoas não tem mais como contratualizar a rede privada, que está lotada. Ele cobrou o envio dos 30 respiradores prometidos ao estado e o ministro garantiu que seriam entregues ainda esta semana.

O governador também se solidarizou com todos os alagoanos que perderam familiares e amigos, destacando “que estamos vivendo uma crise sanitária duríssima e por isso precisamos enfrentar o momento juntos e olhar o que podemos fazer pelo estado, pela família e pelos amigos e construir a solução”.

Ele concluiu sua fala reforçando que o estado está se esforçando para adquirir todos os medicamentos recomendados para o tratamento das pessoas infectadas pelo novo coronavírus. Sobre a hidroxicloroquina e azitromicina, Renan Filho contou que governo está em contato com a classe médica, com o governo federal e com os laboratórios para a aquisição, reforçando que fará o protocolo de utilização da cloroquina, mas a decisão é dos médicos.

Perguntas

Ao ser questionado a respeito dos apelos da classe trabalhadora para a volta às atividades, o governador falou que tem dialogado com o setor produtivo e  ouvido todos os segmentos, mas a prioridade, no momento, é a preservação das vidas.

O governador também classificou de “incorretas” para o momento as manifestações que têm ocorrido, principalmente pedindo a volta da ditadura militar, e lembrou a morte recente, por Covid-19, de um professor universitário que participou de uma dessas manifestações.

Quanto ao pico da pandemia, afirmou que não se pode dizer no momento, e o mundo só percebeu quando as mortes e o número de casos começaram a cair. “Não dá pra ver o pico antes de chegar nele, só depois de passar por ele”, pontuou, pedindo serenidade.  

Voltando à questão do isolamento social, o governador disse ser óbvio que gostaria de ter um isolamento social de 80% e assim não colapsava a rede de saúde, “só que pessoas pensam diferente e isso não é simples de articular, mas não tenho dúvida que estamos no caminho correto”. “Tenho sido um democrata, não gosto de autoritarismo, mas tudo tem um limite”, completou, ao se referir ao cumprimento das medidas de isolamento.

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