Enquanto muitos prefeitos buscam ajustar suas despesas para garantir o pagamento dos salários dos servidores públicos durante este crítico período de pandemia, o prefeito do município de Branquinha, Jairinho Maia, vai na contramão e já adiantou um corte de mais de 50% nos pagamentos do funcionalismo público.
É compreensível que os municípios passam por queda de receita em todo o país, no entanto, a União vem garantindo alguns repasses e até mesmo, a reposição de perdas de receitas antigas para garantir o funcionamento das cidades.
Não podemos esquecer, que mesmo em momento de isolamento social, são os servidores públicos que vão para a linha de frente do enfrentamento ao Covid-19 - seja a cidade grande ou pequena. E, justamente nesse crucial momento, sofrerem desvalorização com a redução salarial, é no mínimo, preocupante.
A medida adotada pelo gestor causou grande revolta e até desespero entre os servidores, que foram pegos de surpresa com a redução sem aviso prévio. Em resposta aos inúmeros áudios que circularam na cidade e a ameaça de entrega dos cargos, o prefeito Jairinho - por meio de uma nota de esclarecimento, se limitou a dizer que foi uma "medida necessária" e que também cortou 50% do seu próprio salário.
Mas, se a situação em Branquinha chegou a ficar tão crítica, ele poderia - até para dar o exemplo, ter renunciado a todo seu salário já que alega que a ação urgente é para contenção de verba? Segundo os relatos nos áudios que circulam, teve servidor que recebeu menos da metade dos seus proventos.
Dos 102 municípios, são poucas as cidades que vem discutindo a redução salarial, a medida, que além de ser considerada impopular, afeta o bolso dos servidores e também impacta na movimentação da economia das cidades que buscam, além dos investimentos na saúde, manter o funcionamento dos serviços essenciais.
Será que antes de cortar os salários, não tinha mesmo outro caminho neste primeiro momento?