De acordo com um estudo feito pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismos (CNC), o Estado de Alagoas perdeu – no período de 15 de março a 18 de abril – aproximadamente R$ 740 milhões por semana, somente no varejo, em função da quarentena no combate ao contágio pelo novo coronavírus. Diante dessa projeção, o acumulado de perdas já é próximo de R$ 3,7 bilhões.
Diante do impacto na economia, os especialistas destacam o invitável processo de demissões em massa. Ainda segundo o levantamento feito pela CNC, ao todo 80% dos estabelecimentos comerciais estão fechados no país. As perdas no Brasi já somam mais de R$ 86,4 bilhões.
Aqui não se trata de uma análise ou não dos decretos aplicados em Alagoas, mas sim de uma constatação do imenso trabalho de reconstrução da economia que também será enfretado pela frente, pois esses dados – infelizmente – refletem em demissões e ausência de perspectiva para muitas pessoas.
As medidas de restrição reduziram significativamente o consumo, inclusive, dos estabelecimentos que passaram a funcionar na modalidade delivery. As perdas impostas ao comércio, no dia 7 de abril, já somavam R$ 53 bilhões. As maiores quedas foram em Amazonas, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Minhas Gerais, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Esses estados juntos representavam – até 7 de abril – 72,5% do volume de vendas no varejo nacional. A retração simboliza 46,1% no faturamento do setor, quando comparado ao mesmo período do ano passado.
A Confederação Nacional tenta negociar com o governo federal um pacote de medidas que possibilitem minimizar o impacto da crise no varejo, visando manter os empregos.
“Com o impedimento da operação de estabelecimentos comerciais no País, é preciso dar às empresas as condições para que possam atravessar este difícil momento, mantendo seus negócios e preservando os empregos”, afirma Tadros. “A CNC vem cumprindo o seu papel de buscar e propor soluções para que os empresários possam enfrentar esta crise sem precedentes”, destacou o presidente da CNC, José Roberto Tadros
A CNC ainda leva em consideração um dado do serviço de georreferenciamento do Google, que mostra que a mobilidade de pessoas nos estabelecimentos comerciais ao final de março foi reduzida drasticamente. No varejo de rua, em shopping centers, livrarias e cinemas, houve queda de 71% na circulação de consumidores, em todo o Brasil. As maiores quedas regionais ocorreram nos Estados de Santa Catarina (-80%), Sergipe (-78%) e Alagoas (-77%).
“Mesmo no varejo essencial, como supermercados, minimercados, mercearias e farmácias, o número de visitantes encolheu 35% em relação à movimentação usual”, destacou Fabio Bentes, economista da CNC responsável pelo estudo.
Segundo a CNC, em todo o país a adoção de estratégias de vendas através do e-commerce e de serviços de delivery reduziu as perdas de receitas por conta das restrições impostas às vendas presenciais, as quedas menos intensas a partir do final de março podem ser atribuídas a um maior fluxo de consumidores nas ruas.
O estudo aponta ainda que “a retração abrupta do nível de atividade no varejo ocorrida nas últimas semanas tem potencial para eliminar 28% dos postos de trabalho formais do setor (2,2 milhões de vagas) em um intervalo de até três meses. A concretização desse cenário, no entanto, dependerá de como as empresas do setor reagirão às medidas anunciadas pelo governo e, em última instância, à própria evolução da pandemia nas próximas semanas”.