Na sessão de hoje, no parlamento estadual, as denúncias contra o Lacen - laboratório estadual de Alagoas, que se encontra na linha de frente das testagens dos exames do novo coronavírus no Estado – voltaram a ser tema de debate no plenário.
Dessa vez, o deputado estadual Davi Maia (Democratas) apresentou o que – segundo ele – seria uma série de provas de dois problemas no órgão: o nepotismo e a ausência de critérios para prioridades nos exames.
Maia mostrou, sem citar nome, o exame de uma enfermeira, que trabalha junto aos infectados, que demorou dias para sair o resultado e comparou com o exame do secretário George Santoro, cujo resultado foi imediato.
Davi Maia mostrou ainda e-mails em que uma funcionária reclama da ausência de testes no Lacen, mesmo depois do governo estadual ter anunciado – na imprensa – a existência dos kits de testagens.
Segundo o parlamentar, todas as documentações foram entregues às comissões temáticas da Casa, em especial a de Direitos Humanos, e ao Ministério Público Estadual.
O parlamentar disse que resolveu mostrar as comprovações que possui das denúncias porque foi acusado por colegas de Casa (o líder do governo Sílvio Camelo (PV) e Francisco Tenório (PMN) de ter feito “fake news”.
Ele afirma que só tem cobrado duas coisas do governador Renan Filho (MDB): que acabe com o nepotismo dentro do Lacen e que estabelça um protocolo com critérios para as prioridades, para que não haja “fura filas” com base nos pedidos do Executivo, enquanto há mais de 150 pessoas aguardando a vez.
“É só isso que estou pedindo”, frisou o deputado estadual do Democratas.
Para o paramentar, os casos de nepotismo mostram claramente a existência de uma ingerência política no laboratório estatal. “Eu não estou questionando aqui o trabalho dos técnicos, mas sim pedindo que se estabelçam critérios para o atendimento das pessoas e o fim da árvore genealógica presente”, explanou.
Em nota recentemente divulgada, o Lacen nega as acusações de Maia. O líder do governo, Sílvio Camelo voltou a frisar que o deputado estadual Davi Maia está sendo levado ao erro com base em denúncias não procedentes feitas por ex-funcionários. Todavia, o parlamentar do Democratas colocou que sua “fonte” não é alguém que foi demitido, mas um servidor que ainda se encontra no laboratório.