Com a popularização da pandemia do novo coronavírus e a proporção que a doença tem tomado, é comum que as pessoas busquem formas de prevenção e combate. O medicamento que surgiu como “solução” ao COVID-19 é a hidroxicloroquina. Mas, é preciso entender a função e quando se deve usar a substância.
O fármaco, até antes da pandemia do vírus, era usado apenas por pessoas que sofrem de lúpus, doenças autoimunes, de caráter reumatoides e de doenças de caráter crônico. E a busca desenfreada pela droga, que foi testada em estudos iniciais para combate ao COVID-19, tem sido prejudicial para os pacientes que realmente precisam dela para sobreviver.
Filha de Maria Ferro, Gildeane, é a responsável pela aquisição dos medicamentos da mãe, que sofre de artrite reumatóide. Maria, de 68 anos, faz uso há da substância há mais de cinco. Mas nos últimos tempos, não conseguiu encontrar a substância em nenhuma farmácia convencional que procurou.
A jornalista Lays Alpino é portadora de Lúpus e utiliza a hidroxicloroquina há 15 anos, desde que descobriu a doença. E desde a última semana também não achou o medicamento nos estabelecimentos onde costumava encontrar.
A saída achada por ela foi adquirir em uma farmácia de manipulação, mas pagou o dobro do valor convencional. Alternativa que nem todos os pacientes que usam a droga no tratamento, principalmente no que se refere à condições financeiras.
O secretário-geral do Conselho Regional de Farmácia de Alagoas, Daniel Fortes, ressalta que este não é o momento de aquisição deste tipo de medicamento para uso doméstico de combate ao COVID-19. “Os testes foram feitos num número pequeno de pessoas (20 somente), pontuais e por isso não dá pra garantir que estes resultados irão se repetir”, revelou.
Além dos efeitos colaterais, a compra sem necessidade dos medicamentos, pode afetar diretamente a outras pessoas que dependem da substância. E, pensando nisso, os pacientes que fazem uso da hidroxicloroquina fazem fazem o apelo:
"As pessoas que não precisam, não comprem o medicamento, pois além de não ter nada comprovado, o uso indevido pode acarretar consequências sérias e nós, portadores de doenças reumáticas, precisamos dele para sobreviver!", apelou Lays Alpino.
*Estagiário sob a supervisão da Editoria