Dirigentes de Serviço Geológico (CPRM) e do Ministério de Minas e Energia (MME) vêm a Maceió na próxima semana, para avaliar os dados de interferometria que indica a intensificação das rachaduras que afeta alguns bairros da capital.

A informação foi confirmada ao Cada Minuto pela assessoria da CPRM. No entanto, a data específica da chegada da equipe não foi divulgada.

Estarão em Maceió, o Secretário de Geologia e Mineração do MME, Alexandre Vidigal; o diretor-presidente da CPRM, Esteves Colnago; o diretor de Hidrologia e Gestão Territorial da CPRM, Antônio Carlos Bacelar e Thales Sampaio, que coordenou os estudos da CPRM em Maceió. 

No ano passado, a CPRM concluí, após estudos e monitoramento, que a principal causa do fenômeno que atinge os bairros do Pinheiro, Mutange e Bebedouro é a atividade de mineração, para extração de sal-gema, realizada pela Braskem.

O sal-gema é um tipo de cloreto de sódio utilizado na fabricação de PVC e soda cáustica.

Em um informativo técnico, divulgado no mês passado, a CPRM apontou que há novas áreas afetadas ou avanço da subsidência. O boletim também cita que, nas últimas campanhas de campo, foram identificadas áreas com rachaduras no bairro do Bom Parto e recomendou que a região seja tratada da mesma forma que as demais áreas já afetadas.

O Serviço Geológico também sugeriu algumas providências:

  • Para monitoramento do avanço dos colapsos das cavidades é necessária à instalação de uma rede sismográfica de alta resolução, com sensores em subsuperfície que não sofram com o ruído ambiental do meio urbano. A velocidade de avanço dos processos no futuro é de difícil previsão, cabendo o princípio da precaução na preservação da vida dos habitantes;
  •  Vistorias contínuas possibilitam a atualização constante do estágio de desenvolvimento do processo, dando subsídio às tomadas de decisão;
  •  A instrumentação hoje instalada no bairro não fornece as informações necessárias para um eventual sistema de alerta. Para implantação de sistemas de alerta é necessário considerar o seguinte:

            Formação de “Sinkholes” - é necessária uma rede sismográfica de altíssimo detalhe com transmissão e processamento automáticos;

            Formação de Fissuras e Processos Erosivos - não são conhecidos sistemas de alerta automático eficientes, sendo o objeto ainda alvo de estudo;

            Danos aos trilhos - é necessário que sejam consultados especialistas com conhecimento específico no campo da engenharia deste meio de transporte;

            Zonas de inundação permanente - é possível o preparo de mapas, com necessidade de atualização constante, e previsão das áreas de atingimento em função do tempo.